Ambiente

A cidade colhe os frutos dos bosques urbanos que nascem nos nós rodoviários

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O Porto ficou um pouco mais verde na manhã desta terça-feira, com a plantação de mais de um milhar de árvores e arbustos autóctones em novas intervenções na rede de Biospots, nos nós do Regado e de Francos. Já com alguns anos de amadurecimento, a iniciativa dá frutos no combate às alterações climáticas e na descarbonização.

A metáfora tem, também, uma tradução literal e concreta no medronho que o vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, pôde saborear no nó do Regado, junto à VCI: “Temos aqui medronhos, o que é nas autoestradas aqui no Porto uma novidade. Já plantámos cerca de 3000 árvores nos nós das autoestradas, nomeadamente aqui da VCI. Pretendemos que se tornem grandes bosques urbanos. Hoje foi muito agradável constatar que as árvores que plantámos há cinco anos já quase dobram a minha altura, ou seja, já são árvores grandes, e vão ser árvores de grande porte”, congratulou-se.

“Este é um projeto fantástico que nós temos, que se chama Florestas Urbanas Nativas, onde nós temos várias iniciativas a decorrer. Esta é uma delas, chama-se Biospots, na qual temos uma colaboração com a Infraestruturas de Portugal e o CRE.Porto (Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto, uma rede de trabalho constituída pela Área Metropolitana do Porto e todos os 17 municípios da região e coordenada pela Universidade Católica Portuguesa)”, acrescentou o responsável pelo pelouro do Ambiente e Transição Climática.

O balanço “é muito positivo”, admitiu Filipe Araújo, dando crédito à “grande equipa que ajuda a desenvolver este projeto de arborização da cidade”. “É um trabalho que fazemos com várias pessoas que trabalham numa equipa que tem arquitetos paisagistas, biólogos... Há uma monitorização das árvores que fomos plantando. Este projeto não é feito apenas de plantar árvores. Trata-se de ver um território muito difícil – não temos rega aqui – é um território de autoestrada e queremos que se tornem espaços de captação de carbono, de promoção da biodiversidade”, explicou.

“Hoje sabemos bem quais são as espécies que se adaptam melhor ao território, isso foi testado. Estamos neste momento a fazer as replantações das árvores que não sobreviveram, e estamos a pôr novas espécies ou aproveitar espécies que também já tínhamos utilizado. É um trabalho científico, muito importante para a cidade. Estes milhares de árvores que estamos a plantar na cidade são absolutamente essenciais para o combate às alterações climáticas e a descarbonização”, concluiu o vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, antes de passar das palavras aos atos e, de enxada na mão, colocar de pé algumas das novas árvores do nó do Regado.

No total, foram plantadas mais 1089 árvores e arbustos autóctones, de 15 espécies diferentes – pilriteiros, aveleiras, medronheiros, gilbardeiras e macieiras-bravas são algumas delas – adaptados às características do local e produzidos pela equipa técnica com o contributo de voluntários no Viveiro Municipal do Porto. No final das intervenções, os nós do Regado e de Francos terão no total 1849 árvores instaladas.

A rede de Biospots do Porto é constituída por uma área útil de 17 hectares que se distribuem ao longo dos eixos de circulação principais da Via de Cintura Interna. Até ao momento, foram abrangidas seis áreas: Regado, Francos, Freixo, Areais, Falcão e Areias.

A iniciativa integra o FUN Porto – Florestas Urbanas Nativas do Porto, um projeto que promove o conhecimento sobre e a expansão das florestas urbanas no Porto, com os seus vários ramos: o Viveiro de Árvores e Arbustos Autóctones, a rede de Biospots do Porto, o programa Se tem um jardim, temos uma árvore para si e a Rota das Árvores do Porto. Contribui também para os objetivos do Futuro – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto.