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Câmara lamenta morte de José Alves Leocádio (o "Senhor Batatinha")

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Andreia Merca

José Alves Leocádio, o "Senhor Batatinha" como era carinhosamente conhecido na cidade, especialmente pelos banhistas das praias da Foz do Douro, morreu esta terça-feira, aos 82 anos.

"Nasci em Santiago de Figueiró, em Amarante. Trabalhava na lavoura e quando fiz oito anos o meu padrinho trouxe-me para o Porto. Com 12 anos, comecei a vender caramelos", contou numa entrevista ao JN, em 2022.

Foi nas praias da Foz do Douro e de Matosinhos que se tornou conhecido. No verão, diariamente, percorria quilómetros de areal a vender a famigerada batatinha frita à inglesa.

Figura esguia, sempre vestida de branco, dedicou-se à profissão ao longo de mais de 70 anos.

"Olha a batatinha frita"

Em pequenos sacos de papel vegetal, cada um ao preço de um euro, vendia batata normal ou com pimenta. O sabor clássico era o que tinha mais procura, para gáudio de miúdos e graúdos. No inverno, vendia castanhas assadas na Rotunda da Anémona, em Matosinhos.

Para que os clientes soubessem que estavam finalmente a chegar, o Senhor Batatinha apertava a sua buzina e gritava sempre: “Olha a batatinha frita”. O slogan nunca mudou, independentemente da idade.

Em setembro do ano passado, o Município do Porto, que lamenta a morte de José Alves Leocádio, realizou a primeira edição da Baluarte – Exposição de Arte Urbana, através da empresa municipal Ágora, fazendo do Monte Pedral a maior galeria a céu aberto, com obras pensadas para estruturas de grandes dimensões, circuitos inusitados e sonhos do tamanho de uma parede de um grande quartel. Uma das obras recordava o "Senhor Batatinha" (na foto).

Por iniciativa da Câmara do Porto e da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, a imagem de José Alves Leocádio deverá, agora, ficar eternizada na zona da Foz, com um novo mural a ser pintado pelo mesmo artista urbano, MrKas.

O funeral de José Alves Leocádio realiza-se esta sexta-feira, pelas 10 horas, na Igreja Matriz de Guifões, em Matosinhos.