Sociedade

Conhecer melhor a cidade num festival onde cabem todas as músicas

  • Paulo Alexandre Neves

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Há três anos consecutivos que vem de Espanha para "curtir" o Primavera Sound, no Parque da Cidade. Há dois que começa a "viver" os três dias do festival com uma passagem pela réplica do Mercado do Bolhão. David Chacon não tem dúvidas que assim fica "a conhecer melhor a cidade".

Este ano, o Município do Porto volta a estar fortemente representado na 11.ª edição do Primavera Sound Porto, não só com o icónico mercado como pelos espaços das empresas municipais. No "Bolhão", os visitantes têm à disposição uma experiência mais interativa, com um passaporte que os convida a explorar os diferentes projetos da cidade presentes no local.

"Conhecíamos um pouco a cidade, mas com esta 'tenda' ficamos a conhecê-la ainda melhor. Dizemos a todos que o Porto é o sítio número um para visitar", confessou David Chacon, lá seguindo para ouvir, sobretudo, durante os três dias de festival, os Pulp e The National.

Mesmo sendo portuense, e depois de passar pelo Mercado, Ana Vaz reconhece que aprendeu "mais algumas coisas". O mesmo se passou com Mafalda Reis, que experimentou saborear água gratuita. O projeto "Bebe água do Porto", da responsabilidade das Águas e Energia do Porto, incentiva ao consumo da água da torneira, oferecendo copos reutilizáveis. "É uma iniciativa muito boa", acrescenta a jovem festivaleira, confessa fã da norte-americana Mitski.

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Em cada banca localizada no "Mercado do Bolhão", os participantes podem realizar atividades interativas e temáticas pensadas pelo Município. Assim, no final da viagem, mediante apresentação dos autocolantes que comprovam a participação, irão usufruir de uma prova de vinho, recebendo ainda o Kit Porto., que inclui um boné, tote bag/mochila e uma Agenda Porto para o mês de junho.

"É um conceito muito engraçado, esta lógica do 'Bolhão', representativo da cidade como um todo. É um Mercado que reflete o turismo, a economia, o empreendedorismo", realça o vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo, para quem a presença dos estrangeiros (mais de metade dos festivaleiros) representa "um peso importante" no Primavera Sound e na dinâmica da cidade por estes dias.

"Este ano estamos a falar, por exemplo, de um recorde de presença de norte-americanos. São mais de 1400 os que se deslocaram para aqui", revela Ricardo Valente.

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É um conceito muito engraçado, esta lógica do 'Bolhão', representativo da cidade como um todo

É o próprio vereador, que se confessa um festivaleiro desde a primeira edição, em 2012, e que, este ano, não quer perder os concertos de PJ Harvey, Amyl and the Sniffers, Lana del Rey, The National e Pulp, que convida todos a visitar o Mercado do Bolhão no Primavera Sound Porto. E porquê? "Trazemos muita lógica do talento, conjugado com os artistas que passam pelos palcos. Temos uma lógica de empreendedorismo, com o ecossistema de startups da cidade, procurando fazer um quiz. E, depois, do lado da InvestPorto, muito o conceito das empresas e do emprego e do que elas conseguem oferecer nesta área", diz Ricardo Valente.

Em resumo, os visitantes podem interagir com o TERA (Talento. Evoluir. Reter. Atrair), Scale Up Porto e Invest Porto, enquadrados no pelouro da Economia, Emprego e Empreendedorismo, bem como com o Visit Porto, inserido no pelouro do Turismo e da Internacionalização.

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Roda da sorte e o "Jenga"

À margem do pequeno mercado está instalada uma réplica de uma banca histórica do Bolhão. Neste espaço, a cargo da empresa municipal GO Porto, há uma roda da sorte com ofertas para os participantes, que se materializam em oportunidades para desfrutarem do que o verdadeiro Bolhão tem de melhor.

Entre os prémios para os visitantes estão vouchers com descontos que podem ser usados nas bancas e nos restaurantes do mercado de frescos, sacos alusivos ao mercado e até produtos vindos diretamente do espaço histórico da cidade, como frutas ou flores.

Há também o Espaço Família. Sob o mote "20 anos a fazer do Porto casa", a empresa municipal Domus Social dinamiza duas atividades diferentes, que podem ser feitas em grupo, tendo o objetivo de motivar a competição saudável, ao mesmo tempo que os participantes ficam a conhecer melhor os principais bairros da Invicta.

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Foi lá que o Porto. encontrou quatro jovens, que não se conheciam de todo, mas que decidiram, mesmo assim, jogar ao "jenga". "Não é só um festival para ouvir música, mas que permite também conviver, ter outro tipo de diversões, com esta", adianta Maria Ferreira, que com Matilde Vieira tudo fizeram para "derrotar" a dupla Rui Martins e Diogo Lopes. Eles saíram vencedores.

Nesta zona do recinto, as crianças têm também acesso a livros de colorir e tubos de bolas de sabão disponibilizados pela empresa municipal Porto Ambiente, bem como a mochilas com lápis de cor oferecidas pela GO Porto. Foi aqui que Paulo Castelão gastou algum do seu tempo, antes do começo dos concertos.

"Estava aqui a passar, e não conhecendo a GO Porto, decidi experimentar o jogo. E ganhei um prémio", frisa, sublinhando que "o festival prima pela diferença e é, por isso, que estamos cá todos os anos". "O Porto é uma cidade fantástica. Com concertos ao final da tarde dá para a conhecer durante o dia", acrescenta.

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O festival prima pela diferença e é, por isso, que estamos cá todos os anos

O Primavera Sound Porto é sinal de grandes concertos e o primeiro dia ficou marcado no feminino, com as atuações da norte-americana SZA e da britânica PJ Harvey. Hoje, com bilhetes esgotados, sobem ao palco Lana Del Rey e Justice. No sábado, o festival encerra com as atuações de Pulp e The National.

Nunca é de mais recordar que a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) volta a associar-se ao evento com uma operação especial que permite aos visitantes deslocarem-se de forma célere e segura. A operação passa por um reforço de transporte, no horário diurno e noturno, das linhas que têm percursos aproximados do local do evento e a ativação de um serviço especial para as madrugadas, que transporta os visitantes até ao centro da cidade após os concertos.