Ambiente

Fonte dos Leões totalmente recuperada e devolvida à cidade

  • Paulo Alexandre Neves

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A Fonte dos Leões volta a dar brilho e cor à Praça Gomes Teixeira. A água jorra depois uma recuperação do monumento, por parte do Município, num investimento de cerca de 27 mil euros, com novos sistemas ao nível hídrico e energético, que promovem a sustentabilidade, redução de perdas de água e uma aposta em iluminação de baixo consumo.

A icónica fonte portuense foi alvo de uma intervenção profunda, que evoca as suas origens e os seus traços e cores originais, mas que lhe trouxe também um novo sistema de sensorização e monitorização, tornando-a mais eficiente, quer em termos hídricos quer de iluminação. “Mudanças não só na recuperação da estrutura férrea e à volta do próprio lago, como de todo o sistema hídrico, sempre numa lógica de recirculação da água”, afirmou o vice-presidente e vereador do Ambiente e Transição Climática.

Filipe Araújo, acompanhado do reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, e de elementos da empresa municipal Águas e Energia do Porto, responsável pela intervenção, assistiu hoje ao renascimento da Fonte dos Leões. “Para o Município ter uma fonte decorativa implica também investir no mínimo de perdas possíveis de água. Foi isso que aqui fizemos, para além da instalação de um novo sistema de iluminação, para que, à noite, esta praça icónica da cidade fique também bem iluminada”, acrescentou.

Segundo o vice-presidente, “a intervenção está em linha com as diferentes orientações da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, que o Município do Porto tem vindo a implementar”.

“Esta fonte faz parte da imagem da própria Universidade”

Para o reitor da Universidade do Porto (U.Porto), “esta fonte icónica faz parte da imagem da própria Universidade. Mais do que isso faz parte já da vida dos seus estudantes, que a utilizam para muitas das suas atividades e a incorporam nas suas festas”, sublinhou António Sousa Pereira.

“Ter esta praça novamente recuperada é bom para a cidade, para a Universidade e para a vida académica, que se desenvolve aqui em redor, de que esta fonte faz parte. Nos materiais de divulgação da Universidade é sempre dado um grande destaque ao enquadramento da fonte com o edifício da reitoria. Ter isto recuperado e devolvido à cidade é muito bom”, acrescentou.

Reabilitação total do monumento

A Águas e Energia do Porto fez uma reabilitação total da fonte, corrigindo e retificando estrutura da fonte centenária. Toda a componente estética foi reabilitada, desde o imponente fuste, decorado com a postura dos quatro leões que a constituem e dos dois pratos que completam a sua altura, até ao trabalho de estereotomia do tanque que recolhe as águas. Nos elementos metálicos, foram retirados e reparados todos os pontos de corrosão e aplicada uma pintura com componentes próprios para aumentar a durabilidade do ferro, metal de origem da fonte. Também no tanque, além do tratamento de colmatação de fissuração e de elementos de argamassa partidos, foi aplicado um novo sistema de impermeabilização, adequado à exposição das condições climatéricas do local.

A Fonte dos Leões regressa assim ao futuro, mais sustentável e dotada de tecnologia que lhe proporciona uma maior eficiência no consumo de água e energia. As diferentes componentes técnicas foram revistas, tendo sido substituído o sistema de comando e controlo, colocados vários sensores de nível (controlo de caudal, monitorização de avaria de bombagem, avaria na iluminação e doseadores automáticos de desinfeção da água), que introduzem novas funcionalidades de gestão e vigilância remota.

Foi ainda implementado um novo sistema de iluminação multicor, recorrendo a tecnologia LED de baixo consumo, acoplado aos vários níveis da fonte e dotado de automatismo de acionamento. Desta forma, o sistema pode apenas ser ativado nos períodos noturnos, permitindo uma poupança energética num dos fatores de maior consumo do equipamento, e potenciando beleza do monumento também durante a noite.

Os vários sistemas estão em comunicação 24 horas por dia, através de rede wireless, monitorizados pela Gestão de Operações da Águas e Energia do Porto, permitindo uma reação e atuação rápida ao mínimo sinal de alarme, diminuindo tempos de reação e promovendo a sustentabilidade em questões como a possível perda de água ou o consumo excessivo por avaria elétrica.

O que antes foi um equipamento central na distribuição do abastecimento de água às zonas da Baixa e Foz, que tinha como principal função o controlo da pressão e arejamento da água, renasce agora em toda a sua glória, perpetuada na memória, mas também no presente de todos os portuenses e visitantes da cidade.