Investigadores de todo o mundo reúnem no Porto para reforçar importância das algas

Cerca de 450 investigadores de todo o mundo estão no Porto para discutir a importância das algas, a sua conservação, as potencialidades da biotecnologia e o papel dos ecossistemas, por exemplo, na captura de dióxido de carbono. O 8.º Congresso da Sociedade Internacional de Ficologia decorre na Alfândega, até sexta-feira, sob o tema "Algas 2030: Desafios e Oportunidades".

"Vemos as algas, não apenas como um caminho crucial para o sequestro de carbono, mas também como tendo diversas aplicações que podem contribuir, significativamente, para o desenvolvimento social", afirmou o vice-presidente da Câmara, na sessão de abertura do evento, na manhã desta segunda-feira.

Filipe Araújo considera que "estamos num momento crucial: a atual concentração de dióxido de carbono na atmosfera excede em muito os níveis considerados seguros para o equilíbrio do sistema climático global".

Lembrando como "as correntes marinhas e atmosféricas estabelecem os padrões climáticos locais", o vice-presidente não deixou de referir como "esta dinâmica está a ser alterada, afetando, consequentemente, a forma como as sociedades vivem como a conhecemos".

Ao lado do presidente da Sociedade Internacional de Ficologia, Qiang Hu, do presidente da Associação Portuguesa de Ficologia, Vítor Verdelho, e do presidente do CIIMAR, Vítor Vasconcelos, Filipe Araújo sublinhou como o Município está "ativamente envolvido" no processo de remoção de carbono da atmosfera, ciente da necessidade de "transformar o nosso sistema socioeconómico de forma a torná-lo menos intensivo em carbono, abrangendo áreas como a mobilidade, a energia, a construção e a alimentação".

"Atingir a neutralidade carbónica depende de todos e só pode ser alcançado através do esforço coletivo", acrescentou o também responsável pelo Ambiente e Transição Climática.

Perante uma plateia de especialistas, o vice-presidente disse considerar que "o envolvimento de todos os atores é essencial e urgente, especialmente daqueles mais capazes de atrair a participação e o compromisso dos cidadãos", tal como plasmado no Pacto do Porto para o Clima.

Por isso, acredita Filipe Araújo, "este evento, que visa a partilha de boas práticas com especialistas nacionais e estrangeiros, irá sensibilizar académicos, decisores e cientistas sobre o valor acrescentado das soluções baseadas em algas".

Organizado pela Sociedade Internacional de Ficologia e pelo CIIMAR, o congresso constitui uma oportunidade para apresentação de trabalhos sobre o tema, assim como para o envolvimento em discussões e debates e para a formação de consórcios interdisciplinares capazes de atrair agências de financiamento.