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Investigadores do Porto desenvolvem sistema para detetar sonolência dos condutores

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Filipa Brito

Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, desenvolveram um sistema que permite detetar a sonolência e fadiga dos condutores, e que vai ser aplicado em frotas de veículos pesados.

A coordenadora do projeto, Ana Filipa Sequeira, explicou à agência Lusa que o estudo, intitulado AUTOMOTIVE, visava "desenvolver um sistema robusto, centrado no condutor, usando várias fontes de informação que apreendem os padrões pessoais únicos de cada condutor e permitem deteções cada vez mais precisas".

“Os acidentes rodoviários têm um impacto muito significativo na nossa sociedade e a sonolência é uma das principais causas de acidentes em Portugal”, observou a investigadora, destacando que essa foi a principal motivação para o desenvolvimento do projeto.

Centrado no condutor, o estudo desenvolveu um “sistema robusto” que recorreu a várias fontes de informação, como vídeos, sinais fisiológicos e sensores, para “melhorar a deteção de estados que possam pôr em causa a segurança da condução”.

Nesse sentido, os investigadores criaram simuladores “realistas” para potenciar recolhas de dados mais completas, e desenvolveram algoritmos para a biometria, deteção de sonolência e reconhecimento de emoções.

Por detrás do “sistema robusto” de monitorização está a variabilidade cardíaca, sinal fisiológico que “permite identificar a sonolência no condutor”.

Ao mesmo tempo, os investigadores desenvolveram duas plataformas de simuladores onde detetaram as métricas cardíacas (através de sensores embutidos no volante), 78 pontos de referência da face (através de um ‘vídeo face’), a aceleração e travagem, bem como o controlo de velocidade e acompanhamento de faixa de rodagem.

A tecnologia AUTOMOTIVE vai ser aplicada, inicialmente, em frotas de veículos pesados, sendo que os investigadores esperam que também possa vir a ser integrada em veículos ligeiros de passageiros.

O projeto foi financiado pela União Europeia e fundos públicos nacionais em cerca de 250 mil euros. Além de investigadores do INESC TEC, participaram no projeto investigadores da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa e da empresa CardioID.