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Investigadores usam realidade virtual para promover exercício e socialização de idosos

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Guilherme Costa Oliveira

Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto, desenvolveram um sistema que, recorrendo a realidade virtual, visa promover a prática de exercício físico e a socialização da população mais velha.

Em comunicado, citado pela Agência Lusa, o instituto do Porto esclarece que a solução foi desenvolvida no âmbito do projeto VR2Care, que tinha como objetivo "demonstrar o potencial e simplicidade do uso da realidade virtual".

A solução desenvolvida permite ir a uma aula de treino funcional a partir de casa, "sem perder os momentos de convívio com os colegas de ginásio".

A partir de uma televisão, com recurso a um pequeno 'homekit' e uma câmara, é possível "entrar à hora certa no ginásio virtual para a aula de exercício físico ou para uma sessão com um 'personal trainer', de acordo com o plano de treinos personalizado e monitorizado pelo sistema VR2Care".

Trinta pessoas da Ordem de São Francisco envolvidas

Citado no comunicado, o investigador Hugo Paredes esclarece que o projeto introduziu um sistema de realidade virtual "multiutilizador síncrono para a atividade física, permitindo uma interação natural através de uma ferramenta amigável". "As experiências imersivas com vários utilizadores têm provado ser uma oportunidade para melhorar resultados em matéria de saúde e qualidade de vida, em ambientes de cuidados de saúde inteligentes", acrescenta.

O sistema foi testado com pessoas que partilhavam as mesmas dificuldades e combatiam o isolamento, tendo o VR2Care conseguido substituir o paradigma doente/aplicação por "experiências de entretenimento com base em gamificação", ou seja, recorrendo a técnicas e dinâmicas de jogos para motivar e ensinar as pessoas de forma lúdica.

O piloto do VR2Care foi testado em três países (Portugal, Países Baixos e Itália) e envolveu 75 pessoas. Em Portugal, incluiu 30 pessoas da Venerável Ordem Terceira de São Francisco do Porto. O projeto contou também com a colaboração de prestadores de cuidados de saúde, terapeutas e médicos, por forma a garantir "uma maior e melhor adoção da tecnologia".

Financiado em 2,2 milhões de euros pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, o projeto envolveu 10 entidades de quatro países europeus (Portugal, Itália, Países Baixos e Áustria) e explorou a utilização de tecnologias para promover a atividade física e interação social.