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João Luís Barreto Guimarães vence Prémio Pessoa 2022

  • Paulo Alexandre Neves

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Guilherme Costa Oliveira

O poeta João Luís Barreto Guimarães venceu o Prémio Pessoa 2022. Iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, o júri salientou a vasta obra do também médico e professor de Introdução à Poesia para estudantes de Medicina, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, que "se inscreve simultaneamente na tradição lírica portuguesa, tanto na sua nota histórica como intimista, e numa modernidade europeia e anglo-saxónica".

Nascido no Porto, em 3 de junho de 1967, João Luís Barreto Guimarães já publicou 12 livros de poesia. Premiado por diversas vezes, nacional e internacionalmente, recebeu, em 2021, das mãos do presidente da Câmara, Rui Moreira, a Medalha Municipal de Mérito - Grau Ouro, cerimónia realizada na Casa do Roseiral, nos jardins do Palácio de Cristal. Compensando a cerimónia que não foi possível realizar em 2020, devido à pandemia, a entrega das medalhas municipais decorreu em dose dupla e ainda sob medidas de precaução, como o uso de máscaras.

João Luís Barreto Guimarães publicou o seu primeiro livro de poesia, "Há Violinos na Tribo", em 1989, em edição de autor. A sua mais recente obra, "Movimento", de 2020, venceu o Grande Prémio de Literatura dst. Já em 2016 tinha lançado "Mediterrâneo", que conquistou o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa. A sua obra está traduzida em vários países – Espanha, Itália, França, Polónia, Egipto, Grécia, Sérvia e Estados Unidos, onde recebeu o prémio Willow Run Poetry Book Award 2020.

"Escreve sobre os portugueses"

O anúncio do Prémio Pessoa foi feito hoje, em conferência de imprensa no Palácio de Seteais, em Sintra, pelo presidente do júri, Francisco Pinto Balsemão. "Homem culto, participante ativo da cultura europeia cosmopolita, a sua sensibilidade poética transita da literatura para as outras artes com uma fluidez que não recusa a tinta sentimental ou a demonstração consciente da inconsciência da condição humana", afirmou, citando a agência Lusa, o fundador do Expresso.

O júri destacou, na ata da reunião dos jurados deste ano e citada pelo seu presidente, que João Luís Barreto Guimarães "alia à virtude da palavra e da imaginação, uma reflexão por vezes irónica, por vezes realista, sempre duramente trabalhada, sem prejuízo do efeito estético na construção do poema". "Escreve sobre os portugueses, e tudo o que vê e o que observa, o que sente e o que pensa, e sobre o outro com uma atenção permanente" – é "testemunho de um tempo, o de agora, e de um tempo antigo, clássico, universal, reconhecível pela inteligência e a emoção", acrescenta.

O Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos e visa "representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses".