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Mãos “invisíveis” são a excelência que o mundo vê florescer nos parques do Porto

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Logo pela manhã, dezenas de mãos arrancam ervas, cortam a relva, plantam e podam o verde e as cores que atraem centenas de pessoas aos Jardins do Palácio de Cristal. Um dia como todos num dos três espaços municipais novamente reconhecidos pelos Green Flag Awards. Um trabalho “invisível” de uma excelência que não passa despercebida a ninguém. O prémio é, afinal, de quem cuida – com profissionalismo, mas, essencialmente, paixão – destes jardins.

“O Porto é uma cidade que, reconhecidamente, tem jardins e parques de excelência”, mas, para chegar aí, “há um trabalho de fundo muito grande, diria invisível, que permite, depois, sermos premiados”, sublinha o vice-presidente da Câmara, a propósito da renovação do galardão que, todos os anos, escolhe os espaços verdes, em todo o mundo, que comprovem uma gestão de elevada qualidade e a garantia de atender às necessidades da comunidade.

Além dos Jardins do Palácio de Cristal, que repetem a distinção, a organização não governamental britânica, Keep Britain Tidy, voltou a reconhecer a excelência do Parque da Cidade e do Jardim do Passeio Alegre. Este último acumula, mais uma vez, o prémio de Green Heritage Site, “pela conservação do património valiosíssimo”, explica Filipe Araújo.

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Os critérios para obter o Green Flag Award incluem indicadores de qualidade que vão desde o estado de limpeza, segurança e manutenção à gestão e conservação da biodiversidade, ao envolvimento da comunidade, à paisagem e elementos culturais, incluindo, ainda, questões como a existência de um plano de gestão ativo, onde esteja demonstrada a intenção de um forte investimento na melhoria permanente.

Para o vice-presidente, “ao avaliar estes parâmetros todos, [este prémio] está a dar-nos o reconhecimento de um trabalho de muitos anos, de uma equipa vasta de jardineiros, de técnicos, de engenheiros, de arquitetos paisagistas, que vai cuidando do que são os parques e jardins da cidade”.

É mais do que um mero reconhecimento de um jardim de excelência”

“É mais do que um mero reconhecimento de um jardim de excelência”, acredita o também responsável pelo Ambiente e Transição Climática, a propósito de “um aspeto importantíssimo”, valorizado pelo Green Flag Award, como o do “envolvimento da comunidade”, em ações que passam pela criação de dinâmicas, visitas para conhecer a biodiversidade e as árvores centenárias, “para que os portuenses usufruam destes parques e jardins”.

Referindo o forte investimento do Município “ao longo dos anos, para manter estes espaços com excelente qualidade” que, sublinha, “está aos olhos de todos”, Filipe Araújo lembra, ainda, a aposta na expansão da área verde em toda cidade, de que o Parque da Asprela, a segunda fase do Parque Oriental, o Parque da Alameda de Cartes ou o Parque da Lapa são exemplos já visíveis.

Para dar resposta a esta ambição, nasceu, há cerca de um ano, a Escola de Jardinagem do Município do Porto, que assegura a formação de todos os seus técnicos em várias áreas. “É uma escola em conjunto com a Academia de forma a garantir, não só a transição do conhecimento dos jardineiros mais experientes aos que chegam, mas também que lhes são dadas novas ferramentas e novas técnicas”, afirma o vice-presidente.