Cultura

Museu do Porto propõe o regresso aos clássicos

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Guilherme Costa Oliveira

Chegado o outono e o tempo dos regressos, a programação do Museu do Porto faz-se do retorno dos e aos clássicos. Seguindo a certeza de Italo Calvino, de que um clássico é uma obra que "quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando é lida [ou vista, ou ouvida] mais se revela nova, inesperada, inédita", o convite é para música, exposições, conversas e para testemunhar o regresso d’O Porto à "caixa milagrosa carregada de tempo".

No primeiro domingo de cada mês – e até janeiro – a Casa do Infante recebe o inédito "Ciclo de Música Antiga", que representa o reforço do compromisso do Museu do Porto com a música erudita na cidade. Pedro de Escobar, conhecido como "Pedro do Porto", é o compositor em destaque e os concertos têm entrada gratuita.

Em paralelo, prossegue, semanalmente, o ciclo "Equinócios e Solstícios". Este domingo, dia 8, a iniciativa metropolitana "Sons no Património" traz a música de Sílvio Rosado à casa-berço do Infante D. Henrique.

Os 75 anos de atividade alfarrabista de Nuno Canavez são celebrados a 11 de outubro, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett., um momento que presta homenagem a uma personagem carismática da cidade e reforça a importância dos livros para a identidade cultural portuense.

O Porto de volta a casa

A nova temporada do ciclo "Um Objeto e seus Discursos" acontece, agora, no Palácio de São João Novo e também conversa ao redor dos clássicos: dos viajantes castelinhos de granito de Nasoni, que, da atual Rua dos Castelos, em Ramalde, moram agora na Casa Tait; dessa biblioteca de bibliotecas que é a Biblioteca Pública Municipal; e da estátua das estátuas da cidade – "O Porto" – lugar e destino dos símbolos.

Até ao final de novembro, a antiga Casa da Câmara, essa “caixa milagrosa carregada de tempo”, como lhe chamou Fernando Távora, prepara-se para voltar a ser casa da estátua O Porto. Da autoria do escultor João de Sousa Alão e do mestre pedreiro João da Silva, este talismã municipal representa um guerreiro inspirado na figura do deus Marte e vem andando em permanente vaivém na cidade.

A 29 de outubro termina a oportunidade de visitar a exposição "A Urgência da Cidade", que celebra o centenário de Fernando Távora debruçando-se sobre a memória do lugar, a simbólica da autodeterminação da Invicta e a personalidade erudita e moderna do arquiteto. Todas as sextas-feiras, até 20 de outubro, há conversas cruzadas sobre o pai da Escola do Porto na antiga Casa da Câmara.

Pelo Museu do Porto passa, ainda, uma vértebra da edição 2023 da Porto Design Biennale. Com curadoria de Ivo Poças Martins, "Apanhar a Linha: Entre Terra e Água" inaugura, no Palacete dos Viscondes de Balsemão, a 21 de outubro.

Em novembro, e antes de entrar numa fase de reabilitação integral, o Arqueossítio é reaberto ao público com visitas às ruínas históricas, lugar da mais longa sequência estratigráfica da ocupação humana no Porto.

A arte intemporal do narrador, as práticas do arqueólogo e do colecionador, as técnicas do desenho, da impressão e da estampagem, ou o outono vegetal do Porto são de um diversificado e reforçado programa infantojuvenil e para famílias com filhos.

Programação completa em anexo.