Cultura

No festival literário da resistência, uma raridade de versos felizes leva milhares a encontrar-se com Eugénio

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Não foi apenas um sorriso quem abriu a porta da 11.ª edição da Feira do Livro do Porto. Foram milhares de sorrisos, quase 12.700, os que visitaram, no primeiro dia, mais de uma centena de livreiros, editores e alfarrabistas que enchem de cultura os Jardins do Palácio de Cristal. Entre eles, o confesso amante de livros, Marcelo Rebelo de Sousa.

Enaltecendo “a resistência dos alfarrabistas” do Porto que continuam, todos os anos, a marcar presença no festival literário, o Presidente da República mostrou-se “impressionado com o número de pessoas”, além da quantidade e variedade dos pavilhões que se estendem ao longo de toda a Avenida das Tílias.

“Ainda me lembro que, nesta série de Feira do Livro, quando ela recomeçou aqui, no geral havia menos stands, menos gente e menos jovens”, confessa o Presidente, agradado com o grande leque de idades que encontrou, entre selfies, cumprimentos e partilhas de leituras.

Além disso, para Marcelo Rebelo de Sousa, “a animação cultural que hoje carateriza a Feira do Livro do Porto” é algo que torna o evento um lugar de passagem obrigatória.

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Com Eugénio de Andrade a nortear a programação deste ano do festival literário, o presidente da Câmara do Porto voltou a reconhecer que esta homenagem “já devia ter acontecido, sim”. “Quisemos, de alguma forma, prolongar o centenário de Eugénio, que temos vindo a fazer com muita atividade, e que é mais do que justificado”, sublinhou Rui Moreira, adiantando que “já estamos a pensar no próximo ano” e na “escolha difícil” que é optar por homenagear apenas um autor.

Entre as compras do Presidente da República, uma raridade: “As mãos e os frutos”, o mais conhecido dos livros de Eugénio, numa das suas primeiras edições e autografado pelo poeta, oferecido à Câmara do Porto, e que, garante Rui Moreira “vai para a nossa coleção, que é fantástica, e está em exibição na exposição” [Post Scriptum Sobre a Alegria, no Gabinete Gráfico, na Biblioteca Almeida Garrett].

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Numa hora de visita, com a voz de Gisela João a ecoar desde a Concha Acústica, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha consigo outros “quatro ou cinco ou seis livros interessantes”, essencialmente encontrados “em alfarrabistas”. Com mais de metade dos pavilhões para deambular, havia tempo para “pensar numa edição d’Os Lusíadas, para ponderar o preço e a circunstância, para ver se vale a pena ou não dar esse passo”.

Se não se tiver revelado suficiente, a Feira do Livro do Porto ainda estará nos Jardins do Palácio de Cristal até dia 8 de setembro. E, “para que nunca se extinga o lume da palavra”, as suas páginas serão preenchidas por 16 conversas, 21 concertos, sete apresentações de livros, quatro sessões de cinema, recitais de poesia e spoken word, stand up comedy e stand up poetry e mais de 50 atividades para bebés, infantojuvenis e para famílias.