Economia

Num mundo em mudança, a QSP Summit lança o desafio de repensar as organizações

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Tal como no ano passado, a QSP Summit arrancou, no dia 2 de julho, com uma cerimónia de abertura no Teatro Municipal do Porto – Rivoli. Na sua 17.ª edição, a conferência centrada na gestão e no marketing tem como tema "Rethinking Organizations", trazendo à tona a urgência de adaptar os modelos organizacionais das empresas de modo a acompanhar as transformações velozes que o mundo está a viver.

Com o apoio do Município, a maior conferência de management e marketing da Europa volta a passar pela cidade do Porto, onde foi lançado o mote para o debate, que terá continuidade nos dias 3 e 4 de julho, na Exponor.

Na cerimónia de abertura, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, salientou que "o tema desta edição é da maior importância e atualidade", defendendo que "as organizações têm, efetivamente, de ser repensadas e redefinidas à luz dos tremendos desafios que enfrentam num mundo marcado pela incerteza, complexidade e volatilidade".

Tendo em conta a tensão que o mundo está a assistir desde o começo da guerra na Ucrânia e do conflito no Médio Oriente, o autarca lembrou que "as organizações estão muito expostas aos riscos quer da turbulência geopolítica e do crescente protecionismo económico, quer aos riscos de outros fenómenos disruptivos, como as alterações climáticas, a insegurança cibernética, o envelhecimento populacional ou os fluxos migratório".

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Como tal, considerou o vereador do Ambiente e da Transição Climática, "as organizações são forçadas a repensar as suas atividades, processos e modelos de negócio", de modo a conseguirem ser "produtivas e competitivas".

Para isso, as organizações e empresas devem focar-se na "dupla transição digital e ecológica", frisou Filipe Araújo, ao enaltecer que, nesta matéria, "o Porto dispõe hoje de um ecossistema que promove o conhecimento, estimula a inovação, atrai talento e favorece a sustentabilidade".

"As organizações têm na nossa cidade boas condições para se tornarem mais eficientes e competitivas, mais inovadoras e criativas, mais produtivas e amigas do ambiente", vincou o vice-presidente.

Papel da reflexão

Na cerimónia de abertura da conferência – que, ao longo dos três dias, conta com mais de 3500 participantes, 100 oradores e dezenas de marcas expositoras –, também esteve o secretário de Estado do Turismo.

Pedro Machado concordou que o tema da conferência "é muito oportuno", sobretudo "numa altura em que o mundo sofre uma evolução, mas também desafios para os quais a QSP Summit pode ajudar a encontrar soluções".

De olhos postos no reforço do posicionamento de Portugal no contexto internacional, o governante estabeleceu ainda uma meta para o futuro. "A nossa expectativa é que, em 2033, Portugal possa arrecadar globalmente mais de 56 mil milhões de euros de receitas, possa empregar mais de 1,2 milhões de pessoas e isto possa significar praticamente 20% do PIB", referiu.

Também António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR –N), considerou que o tema da conferência é "muito pertinente", uma vez que repensar as organizações "é algo muito importante para o setor privado, mas também para o setor público".

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Enaltecendo o "papel da reflexão", o CEO da QSP Summit, Rui Ribeiro, lembrou que a conferência representa uma oportunidade para se "continuar a reforçar e investir na captação de gestores europeus e de outras geografias", uma vez que, entre os participantes, encontram-se pessoas com experiências nos quatro cantos do globo.

Valor humano não deve ser esquecido

É o caso de Domitília dos Santos, diretora-executiva e diretora de gestão de portfólio da Morgan Stanley. No seu discurso, a convidada considerou que a Inteligência Artificial (IA) deve ser observada como "uma ferramenta que pode complementar as capacidades humanas" e não como um substituto, devendo ser usada para potenciar a criatividade e colaboração humana.

"O verdadeiro valor das organizações reside nas pessoas", sustentou.

A oradora lembrou ainda que "os millennials e a geração Z estão a trazer novas perspetivas para o mercado de trabalho", por isso, "precisamos de nos adaptar às novas gerações, promovendo uma cultura de inclusão, onde todos se sintam envolvidos”.

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Na perspetiva da gestora, "é urgente" aplicar uma formação focada no empreendedorismo, já que, atualmente, as empresas lutam para se manterem ativas e com importância no mercado. A especialista concluiu, ao lembrar que o lado humano é fundamental "para o sucesso a longo prazo".

A cerimónia da abertura terminou com o primeiro debate da conferência, sob o tema "Change Management", na qual participaram Ana Trigo Morais (CEO da Sociedade Ponto Verde), Jorge de Melo (CEO da Sovena), Zoe Graham (Co-CEO da Churchill's) e Pedro Sousa Carvalho (jornalista da Agência Lusa).