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Projeto de investigação permite detetar doença de Alzheimer numa fase precoce

  • Paulo Alexandre Neves

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Investigadores da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica no Porto, em colaboração com o Hospital de São João, as faculdades de Medicina e de Engenharia da Universidade do Porto e o Instituto Politécnico de Bragança, estão a desenvolver um projeto de investigação que pode trazer grande progressos no diagnóstico da doença de Alzheimer, mesmo quando ainda não existem sintomas.

O projeto, com mais de seis anos de desenvolvimento no domínio da Inteligência Artificial, pretende contornar a difícil deteção desta patologia, aperfeiçoar algoritmos e desvendar o desenvolvimento da doença em diagnósticos primeiramente inconclusivos.

A tecnologia Neuro SDR foi testada em 38 pacientes do serviço de Neurologia do Hospital de São João. Os elétrodos estão numa touca, colocada pelo médico ao utente. Essa touca está ligada a uma interface que pode ser acedida através de computador, que capta a informação e no espaço de cerca de cinco segundos a torna visível no ecrã.

“Um diagnóstico precoce abre portas para melhores resultados ao nível das terapias, mas também constitui um poderoso auxiliar em questões relacionadas com a salvaguarda da integridade pessoal e financeira dos portadores de Alzheimer, assim como em assuntos relacionados com profissões de risco e cartas de condução, por exemplo”, sublinha, em comunicado, Pedro Miguel Rodrigues, investigador do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Católica no Porto.

O projeto incorpora um algoritmo de Inteligência Artificial com uma capacidade de precisão de diagnóstico a rondar os 98% para casos assintomáticos e/ou precoces da doença. “Estamos numa fase em que precisamos de parceiros para conseguirmos que o protótipo saia do laboratório e possa ser disponibilizado em larga escala”, garante Pedro Miguel Rodrigues.

A Organização Mundial de Saúde estima que existam 35,6 milhões de pessoas com doença de Alzheimer no mundo. O número tenderá a duplicar até 2030 e a triplicar até 2050.