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Projeto Good Food HUBs deu origem a um estudo sobre sustentabilidade alimentar

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Lançado pelo Município em outubro de 2022, o projeto impulsionou o estudo “Good Food HUBs – Recomendações para a Introdução de Critérios de Sustentabilidade na Restauração Coletiva”, que foi recentemente apresentado na UPTEC – Parque da Ciência e da Tecnologia da Universidade do Porto. Em pouco mais de um ano, a iniciativa transacionou mais de 2700 quilos de alimentos biológicos.

O estudo, levado a cabo pelo Município, auscultou individualmente várias entidades com responsabilidade na restauração coletiva da cidade, com o objetivo de perceber como se podem ligar os ciclos naturais às ementas nas escolas e universidades do Porto.

Este é um trabalho que tem sido feito desde outubro de 2022, altura em que o projeto Good Food HUBs, sob o lema “Muda a tua alimentação. Transforma o mundo”, foi criado, com o intuito de tornar mais sustentável, saudável, justo e próximo o sistema de alimentação da cidade.

Desde a criação até 31 de dezembro de 2023, o projeto Good Food HUBs resultou em 61 mercados com a participação de 10 produtores, atendeu cerca de 2300 clientes, transacionou mais de 2700 quilos de alimentos biológicos e movimentou mais de 10.800€.

Na apresentação do estudo, e em jeito de balanço, o vice-presidente da Câmara e vereador do Ambiente, Filipe Araújo, lembrou que “os alimentos locais, sazonais, produzidos em agricultura biológica e a preços justos são benéficos para o ambiente, para a saúde e para a economia, sendo que é o papel do Município dar o exemplo dessa transformação”.

Ainda assim, o autarca reiterou que este “é um trabalho complexo, que envolve várias entidades, empresas e um volume muito elevado de operações e ligações entre os diferentes atores”. Por isso, não há outra hipótese sem ser “fazer esse caminho, para o bem das gerações atuais, pelo bem das gerações futuras e pelo bem dos negócios atuais e futuros também”, acrescentou Filipe Araújo.

Projeto pode ser replicado

Na UPTEC estiveram 20 representantes dos diferentes grupos envolvidos na restauração coletiva da cidade, entre eles operadores, entidades contratantes, especialistas em nutrição, produtores e distribuidores de produtos biológicos.

Foram ainda apresentados alguns dados que demonstram a importância deste trabalho e a necessidade do Município dar o exemplo, lembrando que são fornecidas, anualmente, 4,5 milhões de refeições no Porto, considerando todos os níveis de ensino desde o pré-escolar ao ensino superior.

No final da sessão, foi aberta uma ronda de comentários para identificar ideias, barreiras e desafios para a implementação dos critérios de sustentabilidade nos cadernos de encargos.

Terminado o ciclo Good Food HUBs, o estudo vai ter continuidade num trabalho interno do Município, com o intuito de ver o projeto replicado por mais entidades contratantes.

O projeto englobou eventos de entrega e venda de alimentos, workshops, a promoção de critérios de sustentabilidade nas cantinas e projetos de investigação relacionados com o sistema alimentar.

Conforme refere um estudo da Fundação Ellen MacArthur, com a qual o Município colabora, uma agricultura regenerativa e um sistema alimentar circular permite ganhos ambientais e económicos significativos para o Porto. A ambição da cidade é, em 2030, ser circular e neutra em carbono.