Economia

Rui Moreira alerta que o país “continua a falhar” nas parcerias público-privadas na inovação

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O presidente da Câmara do Porto foi, novamente, convidado a abrir a conferência “Fábrica 2030”, que o jornal Eco organiza, esta quinta-feira, no Centro de Congressos da Alfândega. A quinta edição decorreu sob o tema “Que indústria de futuro queremos para Portugal?” e Rui Moreira sublinhou como “o país continua a falhar nas parcerias entre os sectores público e privado ao nível da inovação”.

Numa altura em que Portugal e a Europa estabeleceram “metas ambiciosas de reindustrialização” face ao despertar para a “forte dependência das economias desenvolvidas em relação às cadeias de abastecimento globais”, nomeadamente a China, o autarca reforça que, para aumentar a capacidade exportadora do país para 53% do PIB em 2030 é necessário “um forte investimento nos setores de bens transacionáveis”.

“É preciso discriminar positivamente os nossos sectores de bens transacionáveis, quer no que respeita à aplicação dos fundos europeus, quer do ponto de vista fiscal, creditício e laboral”, desafiou Rui Moreira.

Além disso, acredita o presidente da Câmara do Porto, é igualmente “decisivo” sensibilizar os empresários para a questão da inovação, para uma maior abertura aos consórcios universidade-empresas, “a partir dos quais se pode converter conhecimento científico em produtos, serviços e tecnologias com valor acrescentado e competitividade no mercado”.

“O país continua a falhar nas parcerias entre os sectores público e privado ao nível da inovação”, adverte Rui Moreira, reforçando como essa dificuldade “penaliza a nossa competitividade nos sectores de elevada especialização”.

Mas a solução para uma meta que, acredita o presidente da Câmara do Porto, deverá ser um peso da indústria no PIB de 20% no médio prazo, além da alocação de 3% do PIB no investimento em I&D até 2030 (previsto no Plano de Recuperação e Resiliência), terá de envolver o Estado e a “indústria das novas e mais qualificadas gerações”.

O primeiro como investidor “em projetos e infraestruturas de investigação, em ecossistemas de inovação e em interfaces academia/indústria”, e a segunda, que inclui investigadores científicos, empreendedores e empresários, como “o talento indispensável à indústria de futuro que desejamos para Portugal”.

Rui Moreira acredita que, assim, “Portugal pode contribuir para a reindustrialização da Europa, para a reconfiguração das cadeias de abastecimento globais e para a diversificação dos centros de produção no mundo”.

Ao longo da manhã, participaram na “Fábrica 2030” a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e representantes de empresas como a CIN, a Microsoft ou a Renova, e de instituições como o CEIIA ou a Associação Comercial do Porto.