À procura de Nicolau Nasoni

A
investigação que decorre na cripta da Igreja dos Clérigos, no Porto, para
descobrir o corpo de Nicolau Nasoni, permitiu identificar 26 pessoas, sendo uma
delas o bispo de Aveiro, António de Santo Ilídio, que morreu em 1849.

Segundo
avançou a visãosapo, citando a Lusa, nesta fase do trabalho, a equipa de
investigação, liderada por Eugénia Cunha, do Departamento de Ciências da Vida
da Universidade de Coimbra, encontrou 12 homens, dois "claramente pertencentes
ao clero", no qual se inclui o bispo eleito de Aveiro (não obteve a confirmação
do papa), sete não adultos, seis mulheres, "duas das quais identificadas", e os
restantes crianças de diferentes idades, "entre os dois a três anos e entre os
cinco a seis anos".

Após uma
análise aos corpos, explicou a investigadora, "há quatro candidatos ao perfil
demográfico" do arquiteto Nicolau Nasoni, que, de acordo com os registos
existentes na Irmandade dos Clérigos, foi sepultado naquela igreja,
desconhecendo-se, contudo, o local exato.

Após
terminar esta fase considerada "menos complicada", o projeto avançará para uma
"abordagem genética" aos corpos, que inclui o recurso a testes de radiocarbono
e uma pesquisa histórica dos "ascendentes e descendentes" do arquiteto, que
nasceu no século XVII em San Giovanni Valdarno, na Toscana, em Itália, e
desenvolveu grande parte do seu trabalho em Portugal, onde projetou no Porto, os
Clérigos.

Nesta
pesquisa histórica está envolvida a Universidade do Porto, com a colaboração do
professor Giovanni Tedesco e do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular
(IPATIMUP), um dos dois laboratórios que terão a cargo o trabalho de realizar
as análises para "confirmação da identidade" dos restos mortais já recolhidos,
o que implicará uma deslocarão à terra natal do arquiteto italiano.

Este
trabalho levou já a equipa multidisciplinar de investigadores a acreditar que
possa existir um túnel a ligar a cripta à capela da Senhora da Lapa, onde
poderão estar mais sepulturas.