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Batalha assinala mês do Orgulho LGBTQIA+ com duas sessões de cinema

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No mês do Orgulho, em junho, o Batalha Centro de Cinema apresenta duas sessões de cinema que destacam a importância e urgência de reclamar, construir e preservar uma memória LGBTQIA+.

A 5 de junho, quarta-feira, às 19h15, é exibida a ficção subversiva “A Rainha Diaba”, de Antonio Carlos Fontoura — um clássico que é simultaneamente um marco do cinema negro queer latino-americano.

O filme transporta para o submundo do Rio de Janeiro, onde uma rainha (Milton Gonçalves), tão afetuosa como sem escrúpulos, controla o seu cartel de droga. Uma intriga leva-a a reunir o seu bando de drag queens e aliados para cortar a traição pela raiz.

Este tesouro do cinema brasileiro é apresentado 50 anos após a sua estreia, num restauro indicado como “o melhor de 2023” pela Film Comment.

A 22 de junho, sábado, às 21h15, é apresentado “Greetings from Washington, D.C.”, de Rob Epstein, Greta Schiller e Lucy Winer, um documentário essencial sobre a primeira Marcha Nacional sobre Washington pelos Direitos de Gays e Lésbicas, realizada em 1979.

Com entrevistas a diversos participantes e espectadores reunidos na capital do país, os cineastas captam o ativismo esperançoso e pacífico da comunidade, espelhando movimentos de ação não violenta. Um retrato-homenagem aos pioneiros que abriram caminho para a igualdade de direitos LGBTQ+, realizado num momento crítico: imediatamente antes do início da epidemia da SIDA.

A sessão — apresentada pela Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto — inclui também “The Watermelon Woman”, de Cheryl Dunye, que segue história de uma pessoa lésbica negra, de 20 e poucos anos, que tenta fazer um documentário sobre Fae Richards, uma bela atriz negra do cinema dos anos 30, completamente esquecida.

Contudo, quando a relação de Cheryl com uma mulher branca e as interações com comunidades minoritárias se tornam alvo de críticas da sua melhor amiga, Tamara, a vida da cineasta sofre uma reviravolta total.

A investigação sobre a vida de Fae Richards acaba por evocar novas questões sobre a própria Cheryl Dunye e o seu futuro.

Os três filmes são apresentados no ciclo Tesouros do Arquivo, que propõe a (re)descoberta das últimas obras restauradas por importantes laboratórios, arquivos e cinematecas.