Biblioteca Municipal Almeida Garrett acolheu conferência final do projeto Jovem 2030
Porto.
Notícia
A Biblioteca Municipal Almeida Garrett (BMAG) foi o local escolhido para a conferência final do projeto Jovem 2030, um evento organizado pela Fundação da Juventude, que decorreu na passada terça-feira. A iniciativa tem como foco o grau de participação cívica e política, dos jovens, em Portugal.
Na sessão de abertura, a vereadora da Juventude sublinhou estarmos perante "a geração mais qualificada de sempre". Ainda assim, na opinião de Catarina Araújo, "descurou-se a valorização do ensino intermédio, os antigos cursos técnico-profissionais que tinham nas antigas escolas industriais, como aqui, no Porto, a 'Infante D. Henrique', a 'Fontes Pereira de Melo', entre outras, grandes referências de ensino intermédio com cursos que formavam jovens qualificados nas áreas da indústria".
Face ao projeto Jovem 2030, que visa perceber a evolução das políticas de juventude, ao longo dos últimos 30 anos, Catarina Araújo não deixou de questionar os presentes: "Como é que passados 30 anos temos ainda quase 300 mil pessoas analfabetas em Portugal, das quais 2/3 são mulheres? Isto deve-nos preocupar e convocar a uma reflexão profunda".
Outras áreas há, no entanto, em que a evolução foi significativa, como apontou a vereadora da Juventude, através de dados da Pordata: o número de diplomados com o ensino superior passou de cerca de 34 mil em 1994, para mais de 90 mil em 2022, a taxa de abandono escolar em 1992 era de 50% e em 2023 foi de 8%. “Em 30 anos passamos da geração inter-rail para a geração ERASMUS+, na qual a mobilidade dos jovens no espaço europeu se democratizou”, sublinhou.
As políticas de juventude da cidade emergem dos jovens para os jovens. E, mesmo quando os problemas extravasam as competências do Município, não nos resignamos nem baixamos os braços
Nesta matéria, o Município do Porto tem trabalho consolidado. O Conselho Municipal de Juventude, criado em 2000, assinala, para o ano, um quarto de século. Em 2009, foi a primeira cidade portuguesa a desenvolver um Plano Municipal de Juventude, e em 2021 foi implementada a Estratégia da Juventude do Porto 4.0, com duração até 2025. "Em 12 anos, o Município sentiu a necessidade de elaborar e revisitar os seus documentos estratégicos de juventude, por quatro vezes, envolvendo os jovens e as suas organizações, construindo as bases das políticas municipais de juventude, dos jovens e para os jovens", frisou Catarina Araújo.
"As políticas de juventude da cidade emergem dos jovens para os jovens. E, mesmo quando os problemas extravasam as competências do Município, não nos resignamos nem baixamos os braços", sublinhou a responsável pela área da Juventude, concluindo: "Porque este é o espírito do Porto, o de ter um inconformismo permanente que mais do que sinalizar problemas, queremos construir soluções".
O ciclo de workshops "Jovens líderes: um olhar com 30 anos" contou com sessões de trabalho, com jovens dos distritos do Porto, Braga e Lisboa, que debateram os desafios vividos há 30, 20 e 10 anos, com particular incidência nos temas ligados ao Emprego e Empreendedorismo (na primeira sessão do Porto), Igualdade, Direitos Humanos e Sustentabilidade (nas sessões de Braga e Lisboa), fazendo uma ponte temática com a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Na conferência final do projeto Jovem 2030, que se realizou na BMAG, participaram os deputados eleitos pelo círculo do Porto, Gabriela Cabilhas (PSD) e Manuel Pizarro (PS), bem como o diretor do Plano para a Neutralidade Carbónica do Porto, Daniel Freitas.
