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Câmara e STCP querem Metro a explicar à população atrasos do metrobus

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Nuno Coelho

A Câmara Municipal do Porto e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) sugerem a utilização, provisória, do canal do metrobus da Avenida da Boavista pela linha 203 até à chegada dos autocarros a hidrogénio. A solução consta de um ofício enviado pelo presidente da Câmara, Rui Moreira, ao presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, deixando bem claro que "nem o Município do Porto, nem a STCP, têm qualquer responsabilidade direta no atraso da chegada dos veículos encomendados" pela empresa e que deve ser a mesma a esclarecer a população sobre o processo.

O presidente da Câmara pediu à STCP "para explorar a viabilidade de utilizar a infraestrutura rodoviária já concluída, através de uma operação transitória com os meios disponíveis". "Isto incluiria também a utilização dos sistemas técnicos - como os de comunicação e priorização de veículos nas intersecções, e a informação ao público nas estações - que estarão brevemente operacionais, tendo pleno conhecimento que esta não será a versão final do sistema BRT (Bus Rapid Transit)", sublinha Rui Moreira.

Contudo, não deixa de ressalvar que "qualquer que seja a forma de mitigação, por parte da STCP, do problema causado pela inexistência de veículos, é crucial que se esclareça a população que esta solução é temporária e não configura uma operação de BRT (Bus Rapid Transit/Metrobus)".

"É imperativo sublinhar que nem o Município do Porto, nem a STCP, têm qualquer responsabilidade direta" no atraso da chegada dos veículos encomendados pela Metro do Porto, vinca.

Metro deve esclarecer a população

No mesmo ofício, o autarca portuense insta a Metro do Porto a esclarecer a população "sobre a verdadeira situação decorrente dos constrangimentos na contratação pública [que levaram ao atraso na encomenda dos autocarros a hidrogénio], cujo processo de elaboração e tramitação é da inteira responsabilidade de V.Exa [Tiago Braga], sendo o município do Porto e a STCP totalmente alheios a esta questão".

É imperativo sublinhar que nem o Município do Porto, nem a STCP, têm qualquer responsabilidade direta no atraso da chegada dos veículos encomendados pela Metro do Porto

Rui Moreira reconhece que, "como sempre sucede com projetos inovadores, persiste alguma desconfiança da população relativamente a este novo modo de transporte", mas acredita que "o início da operação dissipará dúvidas e incertezas". "Mas, para isso, é fundamental que não se tente iludir a realidade, persistindo sempre num discurso que, seguramente, só conviria aos detratores do projeto", conclui.

Linha 203 é a mais adequada

A solução provisória consta de um ofício enviado pela presidente da STCP a Rui Moreira e remetido à Metro do Porto. Nele, Cristina Pimentel refere que a linha 203 [Marquês - Castelo do Queijo] é "a mais adequada para poder utilizar o corredor central da Avenida da Boavista, a partir da Marechal Gomes da Costa até à Casa da Música/Rotunda da Boavista".

"Como vantagens para esta solução podemos desde já identificar o aproveitamento do potencial aumento de velocidade comercial que se perspetiva pelo facto de passarmos a dispor, no troço em causa, de um canal dedicado e exclusivo, com prioridade semafórica", refere a líder da STCP.

No entanto, na operação da "203" haverá a perda de duas paragens no sentido Ida (António Cardoso e Foco) e três no sentido Volta (Marechal Gomes da Costa, Foco e António Cardoso).

De acordo com Cristina Pimentel, a STCP precisa ainda de realizar "testes de inserção dos seus veículos (autocarros standard, 100% elétricos) através do corredor da Avenida da Boavista" e de integração dos sistemas de semaforização, que garantem a prioridade aos veículos, bem como de "todos os equipamentos de informação ao público" e a sua ligação com os da STCP.

"Procurar encontrar uma solução provisória, com os recursos disponíveis à data, incapaz de oferecer as verdadeiras características de uma operação do tipo metrobus subjacentes ao investimento realizado afigura-se como uma solução que apenas irá contribuir para a desacreditação do novo sistema, do transporte público rodoviário em geral e do serviço prestado pela STCP em particular", ressalva a presidente da STCP.