Carlos Moedas revela que vê em Rui Moreira uma "inspiração" na política

No lançamento do livro "Liderar com as Pessoas", apresentado por Rui Moreira nos Paços do Concelho, Carlos Moedas reiterou que está em "sintonia absoluta" com o presidente da Câmara do Porto, enfatizando que observa o homólogo como um exemplo a seguir. O evento contou ainda com a presença do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e com outras figuras da sociedade civil.

"Vi sempre no Rui Moreira uma inspiração", admitiu Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, durante o lançamento do livro "Liderar com as Pessoas", da sua autoria. Há quase três anos no poder, o autarca garantiu que está em "sintonia absoluta" com o homólogo da Invicta, até porque, apesar de serem provenientes de "mundos diferentes", têm "o mesmo olhar sobre o que é a política".

Perante um vasto painel de convidados, entre eles autarcas e figuras da sociedade civil, Carlos Moedas recordou os tempos que antecederam a sua candidatura à Câmara de Lisboa, ao correlacionar as dificuldades que enfrentou com os desafios ultrapassados por Rui Moreira aquando da corrida às eleições autárquicas. "Há a semelhança de que, quando ninguém acreditava em nós, nos lançamos para uma candidatura".

O autarca portuense concordou: "Também eu conquistei a Câmara do Porto contra o incumbente e contrariando todas as probabilidades", frisou, elogiando a "caminhada triunfal" que Carlos Moedas trilhou para chegar ao universo da política.

"Fintou a estratificação social do Portugal dos anos 70 e 80. Fintou a escassez de oportunidades e expetativas do Alentejo. Fintou os problemas sociais e a falta de aspirações da sua família. Fintou até a militância comunista que lhe estava predestinada", constatou Moreira, despertando risos e aplausos entre os presentes.

Mostrando-se grato pelo reconhecimento, Carlos Moedas notou que foram as "dificuldades" que o tornaram mais forte e deixou uma mensagem, que endereçou aos mais jovens e a todos aqueles que estão a iniciar uma caminhada.

"Tomem riscos, a minha vida foi feita de riscos. Cada vez que tomei um risco foi sempre para melhor. Os riscos valem a pena", frisou, ao lembrar as inúmeras vezes, ao longo da vida, que saiu da zona de conforto para correr atrás dos sonhos.

Paixão em comum

Rui Moreira louvou o facto de Carlos Moedas ter lançado um livro enquanto ainda está no ativo, por considerar que "promove o esclarecimento e o escrutínio públicos", e apontou que ambos têm um fascínio em comum. "O Carlos e eu comungamos da mesma paixão pelo poder local e pelo municipalismo", realçou.

Na perspetiva do presidente da Câmara do Porto, "as autarquias estão na linha da frente da resolução dos problemas dos cidadãos" e, por isso, "desempenham um papel fundamental em áreas cruciais para o bem-estar e a qualidade de vida das populações". É com base nesta premissa que Carlos Moedas também tem liderado os destinos de Lisboa.

O autarca da capital explicou que se guia "pelos três i’s da política", nos quais assenta a sua conduta: "Impacto, intimidade e inspiração", notando que, no mundo atual, "é muito mais difícil ser moderado" do que "romper” com o que está implementado.

"Porquê que os presidentes da câmara são moderados? Porque têm o choque da realidade. Um presidente da câmara não pode ser um extremista. Um presidente da câmara vai ao café todos os dias. Tem de ter impacto na vida das pessoas", concluiu Carlos Moedas, que escolheu terminar a intervenção ao repescar as palavras de Rui Moreira.

"Não queremos ser os tarefeiros do Governo", citou Moedas, remetendo para a importância da descentralização do poder local – um tema que ambos os presidentes têm tido como bandeira.

O lançamento do livro "Liderar com as Pessoas" terminou com uma declaração do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, que enalteceu o papel que Rui Moreira e Carlos Moedas têm tido no panorama político português. "Os dois marcam as suas posições com sensatez, respeito e educação", valorizou.

Antes da apresentação do livro, os dois autarcas voltaram a mostrar-se em linha e aproveitaram para defender o reforço de efetivos na Polícia Municipal e PSP no Porto e em Lisboa.