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Cascata Comunitária de São João com cheiro a 900 manjericos

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Um dos pontos de interesse no São João da cidade, uma mancha de cor que marca o horizonte e a memória de todos os portuenses. A Avenida dos Aliados foi, mais uma vez, palco para a instalação “Flores de Manjerico”, uma estrutura de madeira com 900 manjericos, uma iniciativa da Câmara do Porto, levada a cabo pelo atelier de arquitetura FAHR 021.3.

Se um manjerico inebria, com o seu característico odor, muita gente, o que dizer de 900 manjericos juntos num único espaço? Que inebria muito mais, obviamente. Mantendo um dos pontos tradicionais do programa anual de São João, foi instalada uma estrutura de madeira com aproximadamente 900 manjericos, que permitiu a aproximação e até a imersão da população neste projeto.

“Esta estrutura está relacionada com a ideia de jardim suspenso, das bancadas dos manjericos na época os santos populares, num plano que se ergue na paisagem circundante, como se fosse um vale de manjericos”, revelou Hugo Reis, responsável pela construção do projeto e manutenção da estrutura.

A peça, da autoria do coletivo FAHR 021.3, sustentou um manto de manjericos que se elevou no espaço público e que envolveu o observador de uma forma emotiva e também sensorial. Composta por duas peças de grandes dimensões, dispostas em V, com um caminho desenhado no meio, a estrutura permitia um percurso pelo seu interior, potenciando a entrada num imenso e cheiroso manto verde. “A estrutura é uma coisa muito singela, muito leve, algo artesanal até, feita com as mãos, que propõe esta tonalidade dominante que ocupa a cidade e que estimula a atenção das pessoas”, acrescentou o arquiteto.

Feito com manjericos cedidos pelo Horto Municipal do Porto, esta tradição nasceu em maio de 2014 e servia, nos anos anteriores, como cenário às famosas Rusgas da cidade, que ocupavam este local em frente à estatua de Almeida Garrett, com as manifestações dos populares. Uma tradição que foi suspensa nos últimos dois anos devido à pandemia da Covid-19, mas que se propõe manter, mesmo assim, algumas das características.

Na final da tarde de ontem, véspera de São João, os manjericos foram sendo oferecidos à população, para que todos levem o cheiro da festa para casa.

Uma cascata comunitária para ver no Mercado Temporário do Bolhão

Organizada pela Câmara do Porto através, a Cascata Comunitária de São João é um dos projetos que, do ponto de vista social, tem contribuído para a materialização do referencial coletivo de um dos símbolos mais tradicionais da Festa de São João da cidade do Porto.

As oficinas para a construção (cinco, no total) foram orientadas por Teresa Branco no seu espaço, a Brâmica e nelas participaram cerca de 150 pessoas para construir as 300 novas casas que dão vida à cascata deste ano: uma representação fiel, em menor escala, do casario mais reconhecível da cidade do Porto.

A obra pode ser visitada no Mercado Temporário do Bolhão até ao dia 28 de junho.