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Conferência traça estratégias para usar a natureza na adaptação das cidades às alterações climáticas

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O Porto Innovation Hub acolheu a conferência "Como usar a natureza para adaptar as cidades às alterações climáticas?". Durante a iniciativa, cerca de 70 pessoas tiveram a oportunidade de visitar, no terreno, uma das soluções inovadoras e sustentáveis da cidade, que serve de exemplo do que o Porto está a fazer nesta matéria – o projeto com coberturas verdes instalado na Escola Básica do Falcão, em Campanhã.

Na sessão de abertura, o vice-presidente e vereador do Ambiente e Transição Climática recordou que, numa Europa cada vez mais urbanizada e a sofrer os impactos das alterações climáticas, "encontramos na natureza as soluções para alguns dos problemas que estamos a ter".

As soluções baseadas na natureza, além de facilitarem a adaptação às alterações climáticas, permitem promover a biodiversidade, respeitar o ciclo natural da água na cidade, aumentar a capacidade de armazenamento de carbono, valorizar os solos, reduzir o consumo de energia, tornando as cidades mais agradáveis e mais confortável para todos os seus residentes e utilizadores. Filipe Araújo deu assim o exemplo de soluções sustentáveis que estão a ser praticadas na Escola do Falcão, em Campanhã. "São 700 m2 de coberturas e fachadas verdes, além de painéis fotovoltaicos", recordou.

O exemplo dos novos parques

Na conferência foram ainda abordados outros projetos da cidade criados para aumentar a resiliência do território às alterações climáticas, como o novo Parque da Alameda de Cartes, desenhado de forma a promover a biodiversidade e valorização ecológica da paisagem urbana, promoção de conforto microclimático e o aumento da qualidade de vida e de segurança da população residente. Ou o novo Parque da Asprela, que pode reter e abrandar 10.000m3 de água, correspondente ao volume do Edifício Transparente.

Paulo Palha, presidente da Associação Nacional de Coberturas Verdes, foi um dos oradores desta sessão e alertou para a necessidade de potenciar as coberturas dos edifícios, tendo sido identificados no Porto, até à data, 131 coberturas verdes.

Esta conferência contou ainda com a participação de Miguel Vega, Consejo Superior de Investigaciones Científicas, do projeto My Building is Green, que explicou o que foi feito na Escola Básica do Falcão. O investimento foi financiado pelo programa LIFE, ao abrigo do projeto "MyBuildingisgreen", e teve como objetivo melhorar a qualidade de vida de quem, diariamente, trabalha e estuda naquela escola e na área residente. As intervenções ali realizadas contribuem também para a adaptação às alterações climáticas, na medida em que tornam o edifício mais resiliente para enfrentar os extremos climáticos.

À tarde, em parceria com a Agência de Energia do Porto, os técnicos de ambiente, mostraram, no terreno, as caraterísticas, funções e benefícios da criação de conforto térmico das coberturas e fachadas verdes e explicaram o funcionamento e benefícios dos painéis fotovoltaicos.

O encontro destinou-se, principalmente, a técnicos municipais, arquitetos e projetistas, promotores de projetos urbanísticos, docentes e alunos universitários da área da arquitetura e arquitetura paisagista.