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Em nome da amizade, o Porto dá as boas-vindas à nova cônsul honorária do Japão

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A nomeação de Isabel Azeredo como cônsul honorária do Japão é, na ótica de Rui Moreira, "uma escolha inteligente", que permite dar continuidade "à longa amizade" que tem vindo a ser firmada, durante séculos, pelos dois países.

"Somos dois países unidos por afinidades histórico-culturais, por relações de cooperação e por laços de amizade", destacou o presidente da Câmara, que, numa cerimónia no Palacete dos Viscondes de Balsemão, enalteceu a importância da presença da cônsul honorária do Japão na cidade do Porto, com vista à "renovação" dos vínculos bilaterais.

O início de missão de Isabel Azeredo representa, sublinhou Rui Moreira, mais um marco na relação secular entre os dois estados, deixando "o Porto extremamente orgulhoso da sua ligação ao Japão".

Perante dezenas de convidados, entre eles diplomatas, empresários, artistas e outras figuras portuguesas e japonesas, o presidente da Câmara considerou que a escolha do embaixador do Japão em Portugal, OTA Makoto, também presente na cerimónia, foi "boa e inteligente", tendo em conta o percurso que Isabel Azeredo tem trilhado em profunda harmonia com a cultura nipónica.

Somos dois países unidos por afinidades histórico-culturais, por relações de cooperação e por laços de amizade

"A minha ligação ao Japão é contínua, seja pelo meu trabalho e contacto nas firmas japonesas estabelecidas em Portugal, ou pelo meu percurso na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Japonesa", explicou a nova cônsul honorária, que exerceu funções na área da gestão do transporte marítimo na empresa japonesa Ocean Network Express.

No campo diplomático, Isabel Azeredo, que agora substitui José Reis da Silva Ramos, assumiu o compromisso "com base na apreciação profissional pelo Japão, pelas suas pessoas e pela sua cultura", que considera ser "de respeito e aprendizagem mútua". "É deste espírito de união e sabedoria que quero fazer parte", garantiu.

Cinco séculos de parceria

Ao realçar que o "Japão e Portugal partilham uma longa história de quase cinco séculos de amizade e parceria", o embaixador do Japão em Portugal notou que estes laços são, sobretudo, evidentes na região Norte.

De acordo com o diplomata, a obra de reconversão do antigo Matadouro, na zona de Campanhã, é um dos melhores exemplos da presença da cultura nipónica na região, já que o projeto teve por base algumas técnicas trazidas pelo arquiteto japonês Kengo Kuma – também presente na cerimónia de nomeação.

Depois de uma visita ao local da obra, o arquiteto disse ter encontrado "muitas semelhanças entre a cultura portuguesa e a cultura japonesa", nomeadamente porque "ambos os países têm na natureza uma paixão comum".

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Além da vertente urbanística, o embaixador OTA Makoto lembrou a importância que as firmas nipónicas têm na economia portuguesa, destacando que "há 16 empresas japonesas a operar na região Norte, formando uma comunidade significativa".

A ligação entre o Porto e o Japão tem sido marcada por uma importante troca de sinergias. Em 1978, a Invicta assinou um acordo de geminação com Nagasaki e, no final do ano passado,Rui Moreira visitou a cidade, onde teve oportunidade de observar que estes laços "são reconhecidos por toda a população local".

Este mês, o autarca esteve em Tóquio para participar na conferência "SusHi Tech Tokyo – City Leaders Program", na qual debateu, lado a lado com outros líderes, novas visões para o futuro das cidades mundiais.