Ambiente

Estudantes da Portucalense olham a Europa a partir da perspetiva do poder local

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A importância das cidades no compromisso com a sustentabilidade, o exemplo do Município enquanto líder e mobilizador da sociedade ou a necessidade de um maior diálogo entre as instituições europeias e as cidades foram algumas da matérias "estudadas", esta semana, pelos alunos da Universidade Portucalense. No âmbito do mês que comemora e reflete sobre o território europeu, o vice-presidente da Câmara do Porto levou a visão do poder local à conversa sobre "O futuro da Europa".

"Temos a convicção de que os grandes motores da mudança no contexto da sustentabilidade, e do clima em particular, são as cidades", partilhou Filipe Araújo, sustentado na ideia de que estas "estão mais próximas dos principais vetores de mudança comportamental que são os cidadãos, e, por outro lado, porque podem tirar partido da sua geografia física e humana para acelerar as mudanças face à inércia e peso da estrutura dos governos nacionais".

Igualmente responsável pelo Ambiente e Transição Climática, o vice-presidente sublinhou a necessidade de "compromissos políticos junto dos munícipes, mas também das instituições europeias, que vão para lá dos ciclos políticos e que não desviem os executivos municipais de um roteiro consistente e ambicioso".

Nesta matéria, considera, "o Porto tem procurado estar na linha da frente", instando a Comissão Europeia a "aumentar a ambição nas suas metas, a adequar o financiamento aos desafios locais e a proporcionar uma melhor legislação".

São exemplos dessa posição a presidência do fórum de ambiente da Eurocities, a participação na Partnerships da Urban agenda, a subscrição do Pacto de Autarcas para o Clima ou a seleção entre as100 cidades inteligentes e com impacto neutro no clima.

As cidades devem ter acesso direto ao financiamento do Pacto Ecológico Europeu, de forma a evitar o peso administrativo dos governos nacionais”.

Aos estudantes da Portucalense, Filipe Araújo afirmou a necessidade e urgência do "envolvimento de todos os atores da cidade, principalmente dos que conseguem atrair a participação e empenho dos cidadãos". "Foi com este espírito colaborativo e envolvimento ativo que o Município lançou o Pacto do Porto para o Clima", lembrou.

O vice-presidente da Câmara considera, ainda, que "as cidades devem ter acesso direto ao financiamento do Pacto Ecológico Europeu", de forma a "evitar o peso administrativo dos governos nacionais".

E deu o exemplo do Porto, onde "estamos preparados para reutilizar águas residuais tratadas para limpeza de ruas e irrigação, fomentando a economia circular e protegendo o recurso água, mas, embora já exista legislação sobre a reutilização desta água, o facto é que o modus operandi das instituições a nível estatal sobre esse assunto ainda é muito limitador", o mesmo aconteceu em matéria de "produção de energia e comunidades energéticas".

À conversa, juntaram-se, igualmente as visões do poder legislativo, pela advogada e deputada da Assembleia da República, Clara de Sousa Alves, e europeu, pelo presidente do conselho de administração da Águas de Gaia e candidato a eurodeputado, Miguel Lemos Rodrigues. A sessão de abertura contou com a presença do reitor da Universidade Portucalense, Fernando Ramos.