Investigadora do Porto lidera sociedade científica de referência na Patologia
Notícia
Filipa Brito
Catarina Eloy, docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, vai cumprir um mandato de três anos na presidência da Sociedade Europeia de Patologia Digital e Integrativa.
A Patologia é a parte da Medicina que estuda as origens, os sintomas e a natureza das doenças, e a sua relevância é cada vez maior no nosso quotidiano. A inovação científica neste campo adquiriu importância renovada no contexto da pandemia de COVID-19, e há uma professora da U.Porto que vai liderar nos próximos anos o organismo europeu responsável por dar apoio aos investigadores que desenvolvem as soluções mais inovadoras nesta área de conhecimento.
É mais uma boa notícia para a comunidade científica da cidade, após o financiamento de 1 milhão de dólares obtido pela iLoF - intelligent Lab on Fiber, uma spin-off da Universidade do Porto, para o financiamento de três projetos de investigação sobre o combate à COVID-19, cancro e Alzheimer.
Diretora do Laboratório de Anatomia Patológica do Ipatimup Diagnósticos, docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e investigadora do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da U.Porto (i3S), Catarina Eloy propõe-se a estimular a comunidade científica europeia para uma maior divulgação dos conceitos de Patologia Digital e Integrativa e aumentar a colaboração com a indústria.
Assumir a liderança da Sociedade Europeia de Patologia Digital e Integrativa representa, para a investigadora, a possibilidade de "participar ativamente num dos momentos mais emocionantes da história da Patologia, a revolução digital", afirmou ao Notícias U.Porto.
Catarina Eloy assumiu como objetivos para o mandato de três anos "aumentar o número de membros daquela sociedade científica e o seu envolvimento nas ações da mesma, estabelecer um programa educacional sólido e apropriadamente divulgado, e aumentar a colaboração com a indústria".
O desenvolvimento de novas soluções tecnológicas para aplicar à Medicina "tem tido um efeito determinante na Anatomia Patológica nos últimos anos", acrescentou Catarina Eloy. "Na chamada Patologia Digital, as células e os tecidos deixam de ser observados ao microscópio e são observadas em écrans digitais, após digitalização. A imagem digital assim obtida pode ser analisada com recurso a técnicas computacionais, integrativas, abrindo portas à utilização de inteligência artificial. O processamento da imagem digital está a começar a permitir a progressiva automatização da prática desta especialidade médica", explicou.
"É fundamental apoiar o uso da imagem digital no trabalho diário do patologista. E é preciso ajudar os laboratórios de Anatomia Patológica portugueses a iniciarem esta transição para o fluxo de trabalho digital", sublinhou Catarina Eloy.