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IPO-Porto com projetos de investigação para deteção precoce de cancros

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Filipa Brito

O Centro de Investigação do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto vai desenvolver ferramentas para a deteção precoce do cancro gástrico e colorretal na sequência da aprovação de quatro projetos, financiados pelo programa Horizonte Europa, em mais de 2,3 milhões de euros.

O projeto, que arrancou no início do ano e termina em 2026, junta 38 organizações de 15 países europeus, sendo coordenado por uma instituição grega (Exus AI Labs). "Temos procurado, ao longo dos anos, aumentar a adesão das populações ao diagnóstico através de ações de educação", afirmou à Lusa, o diretor do Serviço de Gastrenterologia do IPO-Porto, Mário Dinis Ribeiro, sublinhando que o cancro digestivo está "sempre associado a melhores sobrevivências quanto mais precoce é o diagnóstico".

A par do cancro retal, o grupo de investigação do IPO do Porto tem dedicado a sua investigação ao cancro gástrico, tendo obtido financiamento europeu para, em dois projetos diferentes, "otimizar o diagnóstico precoce". Um dos projetos, intitulado AIDA e financiado em mais de sete milhões de euros, visa desenvolver "um assistente de diagnóstico" para ajudar a detetar lesões que, normalmente antecedem o aparecimento de cancro gástrico, recorrendo à inteligência artificial. Já o projeto TOGAS tem como principal objetivo "informar a União Europeia e os decisores sobre qual a melhor metodologia para rastrear e prevenir o cancro gástrico na Europa".

O Centro de Investigação do IPO-Porto integra ainda o projeto ONCOVALUE que pretende, através de inteligência artificial, avaliar a eficácia de novas terapias em cancro, sendo que os resultados do projeto podem vir a "sustentar a implementação de novas terapias mais seguras, eficientes e personalizadas".

"Estes projetos vieram dar corpo a muitos anos de investigação, mas também ao reconhecimento do IPO como parceiro clínico. No total, os consórcios conseguiram reunir mais de 30 milhões de euros, sendo que desses, o IPO terá mais de dois milhões de euros para desenvolver o seu trabalho", acrescentou Mário Dinis Ribeiro.