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Jornalistas em greve manifestam-se em frente aos Paços do Concelho

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14 de março de 2024 marca a primeira greve geral da comunicação social em mais de 40 anos. No início da tarde desta quinta-feira, dezenas de jornalistas juntaram-se em protesto em frente aos Paços do Concelho, numa ação que contou com a "solidariedade e consideração" do presidente da Câmara do Porto.

"Estou aqui por uma questão de solidariedade com uma classe profissional que é muito importante para o país", sublinhou Rui Moreira.

Certo de que "não podemos imaginar um país democrático e livre sem os jornalistas", o autarca considera que estes profissionais "têm vivido um tempo muito difícil".

"Há uma crise grande na comunicação social, que hoje já não vive dos recursos tradicionais que eram as vendas e a publicidade e, portanto, tem que haver um empenho e uma nova forma de encontrar garantias para que os jornalistas possam continuar a funcionar em liberdade", defende Rui Moreira.

Como já havia referido durante a greve dos profissionais do Jornal de Notícias, TSF e O Jogo, em janeiro último, o presidente da Câmara do Porto voltou a afirmar que "há quem pense que, quando um município apoia um jornal, através de publicidade, quer controlar esse jornal". Nas palavras de Rui Moreira, "isso é insultar os jornalistas, que são, por norma, uma classe completamente livre".

O autarca defende que a Câmara do Porto possa "contratualizar com os jornais da cidade a sua publicidade" ou editais, algo que, a partir de dado valor, está impedida de fazer. "Por aí, acho que os municípios podiam ser chamados a colaborar e nós, seguramente, estaríamos disponíveis", garante.

"Preocupa-me que o Estado se torne exíguo no serviço que presta aos cidadãos e os jornalistas prestam um serviço aos cidadãos", concluiu Rui Moreira.

Convocada na sequência do último Congresso de Jornalista, que decorreu em janeiro, a greve nasce em protesto contra os baixos salários, a precariedade da profissão e aquilo que consideram uma crescente degradação das condições de trabalho.