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Mais jovem, qualificado e inclusivo. Voluntariado no Porto sensibiliza para a humanização

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Um voluntariado mais inclusivo, que abrace pessoas habitualmente excluídas da sua prática, com organizações cada vez mais qualificadas, e capaz de envolver as camadas mais jovens da sociedade, é o retrato que a Rede Local de Voluntariado do Porto quer desenhar daqui para a frente. Na manhã de quinta-feira, num fórum na Casa do Infante, algumas das organizações que compõem a rede partilharam, refletiram e sedimentaram o trabalho realizado.

Na abertura da sessão, o vereador da Coesão Social anunciou que está previsto o lançamento do “Programa de Voluntariado Inclusivo e Educação para o Voluntariado”, cuja missão será promover a inclusão de pessoas que são, habitualmente excluídos do seu exercício”.

Para isso, explica Fernando Paulo, será feita uma aposta na capacitação de “organizações promotoras de voluntariado, ou outras que pretendam acolher pessoas voluntárias, para o papel significativo destes potenciais voluntários nos seus projetos e serviços”.

A qualificação destas organizações, assim como dos próprios voluntários e dos agentes de sensibilização, é um investimento que a Rede Social Local se propõe fazer nesta questão do voluntariado inclusivo para “adoção de procedimentos mais inclusivos, através de planeamento, desenvolvimento, integração e acompanhamento das pessoas voluntárias, com a devida preparação ajustada às suas competências e handicaps”.

“Podemos, assim, fazer um trabalho mais humanizado, colaborando com as organizações na elaboração de perfis de função mais ajustados”, acrescenta Fernando Paulo.

No fórum de boas práticas, o vereador assumiu, ainda, a vontade de, “através de ações no âmbito da educação para o voluntariado”, envolver cada vez mais pessoas na causa, principalmente os mais jovens.

Estão, para isso, previstos “projetos dirigidos a crianças dos três aos 13 anos, em contexto escolar, com o apoio e aplicação do Manual Pedagógico “Aumentador de Asas””, assim como “bootcamps” durante as férias escolares “de forma a promover experiências diversificadas de voluntariado em áreas distintas, fomentando escolhas futuras mais conscientes”.

Organizações e empresas dão exemplo de envolvimento mais humanizado

Fernando Paulo sublinha que a Rede Local de Voluntariado do Porto pretende “disseminar princípios de solidariedade, participação, cooperação, gratuitidade, responsabilidade para a consolidação de uma cultura cívica e humanitária”.

Da parte do Município, o responsável pela Coesão Social deixou a garantia de que este “irá continuar a promover o voluntariado” reduzindo os obstáculos, promovendo e capacitando as organizações, reconhecendo o trabalho voluntário e sensibilizando a comunidade “para o seu valor e importância”.

“Humanizando-nos, humanizamos a cidade, humanizando a cidade, humanizamos as pessoas”, concluiu Fernando Paulo.

Ao longo da manhã, o fórum foi lugar para debater o “Voluntariado como fator de Desenvolvimento Económico, Social e Humano”, numa conversa onde participaram representantes de diferentes vertentes: hospitalar, de competências, de proximidade e estudantil.

“As novas exigências do Voluntariado” estiveram, igualmente, no foco da iniciativa, contando com os testemunhos da experiência empresarial junto de instituições como o Centro Juvenil de Campanhã, a AJUDARIS e o CASA – Centro de Apoio ao Sem-Abrigo.