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"Modelo" do Hospital de São João é o que mais contribui para produtividade do SNS

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Miguel Nogueira

Foi a "fórmula do Porto", que opera, há mais de uma década, num modelo de redes de urgências metropolitanas, assente em estruturas intermédias de gestão, que fez o Centro Hospitalar Universitário São João assumir, novamente, o protagonismo da recuperação da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no último ano. Dados do Portal da Transparência mostram que 7,3% das cirurgias programas, 6,5% das consultas e 6,4% das primeiras consultas a nível nacional foram asseguradas pelo São João.

Os números, analisados pelo Porto Canal, confirmam os valores recorde de consultas e cirurgias nos cuidados de saúde hospitalares em 2023, depois da quebra provocada pela pandemia da Covid-19.

Das 715.229 cirurgias programas (mais 8% que em 2022), 52.573 foram feitas no Hospital de São João, o mesmo que dizer 7,3% do total nacional. A produtividade daquela unidade é ainda mais relevante em matéria de intervenções cirúrgicas convencionais: 18.929 cirurgias, 9,1% do total do SNS.

Em matéria de consultas médicas, o São João assumiu 6,5% do total do país: 864.634 em 13.271.893. Com 243.364 primeiras consultas em 2023, a unidade hospitalar do Porto realizou 6,4% dentro de todo o Serviço Nacional de Saúde.

De acordo com o Porto Canal, "uma explicação apontada pelos especialistas para o sucesso do SNS a Norte está relacionada com os cuidados de saúde primários". Segundo o Portal da Transparência, no início deste ano, quase 100% dos utentes - 3.692.0667 – tinham médico de família atribuído na Administração Regional de Saúde do Norte.

O modelo de organização, assente em estruturas intermédias de gestão, foi tido pelo Ministério da Saúde como uma referência a nível nacional e um exemplo a replicar de forma a, referia o ministro, Manuel Pizarro, permitir "uma melhor gestão de recursos, facilitando o acesso das pessoas" às urgências.