Proteção Civil

Município aguarda luz verde para ter mais videovigilância e insiste no reforço de efetivos na polícia

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Miguel Nogueira

Com as queixas de insegurança a proliferarem, o presidente da Câmara do Porto voltou, esta segunda-feira, a mostrar-se preocupado, lembrando que o Município tem feito tudo o que está previsto, dentro das suas competências, para apaziguar a situação. Rui Moreira reforçou que falta as autoridades competentes avançarem com o processo de videovigilância, de modo a que se possam instalar mais câmaras nas ruas. O autarca insistiu ainda na necessidade de haver mais policiamento.

Um dia após reunir com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o autarca portuense revelou que voltou a transmitir à governante as suas preocupações em relação à insegurança no Porto. "Houve, em Ramalde em particular, um aumento de 40% na criminalidade. Aquilo que tenho dito é que essa criminalidade nos deve preocupar, não é apenas a criminalidade violenta que nos deve preocupar. As pessoas veem os carros a serem assaltados duas e três vezes e veem que nada acontece. Temos de fazer alguma coisa", notou, esta segunda-feira.

Rui Moreira ressalvou que "a origem esmagadora da criminalidade tem a ver com o consumo e o tráfico de droga", uma vez que "as pessoas que têm adição precisam de 100 ou 200 euros por dia e não têm outra hipótese sem ser fazer este tipo de assaltos". Na sua perspetiva, para se combater este cenário são necessárias "várias medidas", sendo que algumas delas já estão a ser aplicadas dentro daquilo que são as competências municipais.

Neste momento, a Polícia Municipal devia ter 300 efetivos, estamos com 170

"Há muitas coisas que podemos fazer: a humanização dos bairros, o acompanhamento das crianças ou as salas de consumo assistido. Isto é a parte na qual a Câmara pode ajudar. Mas depois há uma parte que tem de ser a polícia a fazer. Precisamos que haja uma visibilidade da polícia para descansar os cidadãos", realçou o presidente, que tem sido categórico ao fazer notar a falta de recursos de segurança na cidade.

“Neste momento, a Polícia Municipal devia ter 300 efetivos, estamos com 170. Tinha-nos sido prometidos 100, até agora chegaram meia dúzia deles. Apesar de a sua competência não ser proteção e segurança, a visibilidade da Polícia Municipal é muito importante para as pessoas", apontou, notando que também a Polícia de Segurança Pública (PSP) sofre de carências que afetam o cumprimento dos seus deveres.

Depois de estar presente numa ação policial em Ramalde, o presidente da Câmara revelou que a população se queixou de não ver polícia no local há vários meses. "Ando na rua todos os dias e todos os dias as pessoas me dizem que não há polícia", realçou, acrescentando: "As pessoas dizem que são assaltadas e que chamam a polícia e a polícia não tem efetivos para lá mandar. Há poucos polícias em Portugal".

Temos as câmaras compradas e só precisamos do parecer da CNPD ou da senhora ministra para as instalarmos

Além da falta de efetivos na polícia, Rui Moreira indicou ainda que o facto de o processo para a instalação de mais videovigilância na cidade estar a ser demorado não ajuda ao contexto de insegurança.

No encontro com a ministra da Administração Interna, o autarca pediu "para se avançar com o processo de videovigilância que está preso na Comissão Nacional da Proteção de Dados" (CNPD). "Temos as câmaras compradas e só precisamos do parecer da CNPD ou da senhora ministra para as instalarmos e avançarmos para uma terceira fase", informou.

Sublinhando que "a perceção de insegurança existe", o presidente assinalou que lhe compete ser "o interlocutor entre a população e os responsáveis quer do Governo, quer das polícias", ressalvando que também Margarida Blasco se mostrou alarmada com a conjuntura atual na cidade do Porto.