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Município reflete sobre baixa adesão de pessoas em situação de sem-abrigo às respostas sociais

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A baixa adesão das pessoas em situação de sem-abrigo às respostas sociais estruturadas foi alvo de debate em mais uma sessão do InPorto!, um projeto que visa apelar à empatia e ao envolvimento de agentes da sociedade civil. O vereador da Coesão Social, Fernando Paulo, lembra a importância de promover "políticas de inclusão e igualdade".

Com o intuito de despertar a reflexão sobre os problemas sociais da cidade, este evento, que decorreu no Centro de Inovação Social (CIS), teve como foco os desafios das pessoas em situação de sem-abrigo.

Apesar do Município estar empenhado em dar respostas aos problemas destas pessoas, a adesão às medidas adotadas nem sempre é pacífica e linear. Para Fernando Paulo, "este é um problema extremamente complexo e de difícil entendimento", uma vez que as pessoas em situação de sem-abrigo "estão expostas a diversas situações de risco, como violência, abuso, doenças e condições climáticas adversas o que leva a que sejam, na maioria das vezes, pessoas marginalizadas e excluídas da sociedade, sofrendo com o preconceito e a discriminação".

Acresce uma série de outros condicionantes associados à falta de habitação que colocam estas pessoas numa situação de extrema vulnerabilidade sócio económica, tais como problemas de saúde, tanto físicos quanto mentais, falta de emprego e oportunidades de inserção no mercado de trabalho, dependência química, o que agrava ainda mais a situação de vulnerabilidade em que se encontram e problemas individuais ou comportamentais.

Troca de experiências e informações

"Essas temáticas são de extrema importância, pois a forma como uma sociedade lida com a vulnerabilidade reflete seus valores, a sua tolerância e o seu respeito pelos direitos humanos", alertou o vereador da Coesão Social.

Para o responsável pelo pelouro, a única forma de ajudar a travar este problema é promover "políticas de inclusão e igualdade, visando garantir os direitos fundamentais destes grupos, como o direito à habitação, à educação, à saúde, ao trabalho digno e à livre expressão da sua identidade cultural".

O debate permitiu a troca de experiências e informações, bem como a criação de uma visão comum para o ecossistema de impacto na cidade.

Estiveram presentes na sessão estudantes do ensino superior, técnicos e dirigentes de organizações com intervenção direta junto de pessoas em situação de sem abrigo e cidadãos preocupados com esta temática.

Ao longo da sessão os participantes trabalharam a Persona e a Jornada do Utilizador, duas ferramentas que permitem analisar e conhecer melhor o Problema Social. A informação recolhida durante a sessão será incorporada no "Caso de Estudo, que será elaborado no âmbito da segunda edição do Laboratório de Inovação Social.