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Museu do Porto convida para uma "deriva" por zonas habitacionais

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A aproximação da data do centenário do nascimento de Fernando Távora (25 de agosto) continua a ser assinalada na programação do Museu do Porto, com propostas para aprofundar o conhecimento sobre a vida e obra do arquiteto.

Nos dias 1 e 5 de agosto, às 15h00, decorre a Deriva #20 — "Zonas Habitacionais. Fernando Távora entre Gerações", orientada pelo arquiteto Luís Aguiar Branco.

O ponto de encontro é na Rua de Costa Cabral (na esquina com a Rua Silva Tapada, junto ao café Barcarola), local simbólico de uma transformação vivida pela cidade: a de Costa Cabral corresponde ao alinhamento da medieval estrada velha para Guimarães, onde, como era habitual, as famílias nobres edificavam, pontualmente, quintas nos arredores da cidade amuralhada.

Neste local, existiu a designada Quinta do Paço com referências documentais desde meados do século XV, a qual sofreu obras de total transformação em 1949. No final dos anos 30 do século XX, os terrenos da Quinta viriam a ser rasgados com novos arruamentos, definindo uma zona habitacional de carácter burguês e onde uma nova geração de arquitetos contribuiu para realçar a dignidade do local, aceitando as correntes estéticas da época.

Esta Deriva é conduzida por Luís Aguiar Branco, arquiteto no Departamento Municipal de Gestão do Património Cultural da Câmara do Porto e que orientou, em maio, o Curso Breve "Arquiteto Fernando Távora: consagrar a vida à verdade", dedicado à prática daquele que é considerado, por muitos, como o pai da "Escola do Porto".

Nascido na cidade Invicta a 25 de agosto de 1923, Fernando Távora foi uma figura influente da cultura arquitetónica.

Exposição reabre a Antiga Casa da Câmara

O Museu do Porto comemora o centenário do nascimento do arquiteto com a exposição A Urgência da Cidade, que reabre a Antiga Casa da Câmara no Morro da Sé.

Com coordenação geral de Jorge Sobrado e curadoria de Manuel Real, a exposição é inaugurada no dia 24 de agosto, às 18h00, e estará patente até 29 de outubro.

Esta exposição visa a história da cidade, o lugar e a iconografia do poder municipal, mas também a sua reencarnação contemporânea, que evoca a arquitetura moderna e erudita do seu autor, no dealbar do século XXI. Um projeto e obra profundamente simbólicos, inseparáveis da cultura universalista, do interesse pela História e da personalidade vanguardista do seu arquiteto.

Por outro lado, a exposição desenvolve um olhar sobre o mestre e fundador da chamada "Escola do Porto", a sua formação e a relação biográfica e profissional que estabelece com a cidade, propondo ao visitante um roteiro de vida e obra, que põe em evidência alguns dos projetos mais eloquentes do seu pensamento e intervenção. Neste contexto, apresenta-se um conjunto de testemunhos inéditos de colegas e discípulos, como Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura.

Durante o período da exposição haverá um programa de mediação com a comunidade e com todos outros públicos, desenhado por Vanessa Espínola.

Para 30 de setembro está marcada uma sessão do ciclo "Um Objeto e seus Discursos" dedicada à Antiga Casa da Câmara. A sessão contará com a participação de Manuela de Melo, Carlos Martins e Suzana Faro (moderação) e será antecedida de uma visita conduzida por Manuel Real.