Porto assume cérebro de cidade inteligente na melhoria silenciosa da qualidade de vida
Porto.
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Na água, na mobilidade, nos resíduos, no socorro ou na comunicação com os munícipes. Há milhões de dados que, de forma silenciosa, ajudam a gerir uma cidade. No fórum Transição Energética e Mobilidade em Portugal, da Electric Summit, o vice-presidente da Câmara mostrou como o Porto vem sendo um exemplo de cidade inteligente, que, além da poupança dos recursos, promove uma maior qualidade de vida.
Se a fibra ótica, "que chega a todo o lado", seja semáforos, escolas, câmaras de vigilância, edifícios municipais, "o que imaginarem", é o sistema nervoso da cidade, o Centro de Gestão Integrada é o que Filipe Araújo considera "o cérebro", cabendo ao Cartão Porto. o papel de meio de comunicação privilegiado.
"O setor público tem que usar estes meios à sua disposição para se tornar cada vez mais eficiente e isso ter o retorno para o cidadão e para o bom uso dos dinheiros públicos", afirmou o você-presidente, num painel sobre "Smart Cities – Como otimizar processos", ao lado do presidente da Câmara de Aveiro, José Ribau Esteves, e da vereadora de Braga, Olga Pereira.
Temos um planeamento, não estamos a procurar nenhum soundbite, queremos mesmo é mudar a vida do cidadão”
Filipe Araújo deu exemplos de como o digital está a permitir "mudar paradigmas" na gestão da cidade. "Quando temos um serviço eficiente de resíduos, há muito digital por trás. Nós sabemos ao minuto quanto é que está a ser reciclado na cidade", referiu, acrescentando outras realidades, como a resposta rápida a perdas de águas, a poupança "do dinheiro público" quando se muda a iluminação pública para LED, o incentivo ao uso de transportes públicos, através do cartão Porto., ou os cerca de 640 mil dispositivos ligados à rede wi-fi da cidade.
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"Isto só se consegue porque temos muita informação, machine learning, por trás”, assegurou o vice-presidente, defendendo que "as cidades digitais têm que estar à disposição do cidadão e queremos que estas dinâmicas se traduzam num benefício da qualidade de vida".
Certo de que a realidade do Porto "compete, a nível mundial, com as grandes cidades", Filipe Araújo considera que isso acontece porque "temos um planeamento, não estamos a procurar nenhum soundbite, queremos mesmo é mudar a vida do cidadão, queremos dar-lhe melhores serviços".
Temos de olhar para as gerações que vão continuar a mudar o paradigma. Apostando neles, eles respondem”
Sobre mobilidade, o vice-presidente lembrou que a cidade "tem trabalhado em ter bons meios de transporte para as pessoas demorarem menos tempo do que demorariam com o carro nas suas deslocações e a custo acessíveis".
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Filipe Araújo considera, ainda, que "o Porto sofreu uma revolução que, praticamente, ninguém percebeu, mas hoje anda tudo à volta de terminais intermodais que estão à volta da cidade" e sublinhou a necessidade de "olhar para as gerações que vão continuar a mudar o paradigma. Apostando neles, eles respondem".
"Não teremos capacidade de ambicionar as metas que a cidade tem se mantivermos 60% das deslocações em transporte privado", reforça.
Vamos investir para mudar o paradigma da pobreza energética”
Em matéria de energia, o vice-presidente da Câmara considera que "as cidades têm que se assumir como produtoras e, num curto espaço de tempo, armazenadoras". Para contrariar a tendência do país, que considera não "tirar partido da energia solar", Filipe Araújo sublinhou como Porto está a trabalhar para "produzir em todos os nossos edifícios", enquanto já detém uma grande parte da frota automóvel elétrica e só consome energia renovável.
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Para o responsável pelo Ambiente e Transição Climática, "a única forma para escalar a produção são as comunidades energéticas", cujo projeto-piloto na cidade ainda aguarda desimpedimento burocrático.
Além da redução no IMI para incentivo à instalação de painéis fotovoltaicos, "vamos investir seis milhões de euros, pondo todos os telhados de habitação social da cidade com painéis a produzir energia e, assim, mudar o paradigma da pobreza energética", garantiu o vice-presidente.