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Renovado Museu Soares dos Reis reabre com tesouros para a próxima década

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Mais de 1.300 peças, entre restauros recentes e resgates às reservas do espólio, protagonizam a reabertura do Museu Nacional de Soares de Reis. Exposição que inaugura as 27 renovadas salas recebeu, esta quinta-feira, a visita do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

Aos 190 anos de história, o Museu Soares dos Reis homenageia as origens, o seu fundador e o primeiro diretor. Depois de três anos parcialmente fechado para obras, reabriu as portas para mostrar ao público as 26 placas de esmalte pintados do século XVI, que, vindas do Mosteiro de Santa Cruz, abriram as portas do museu, em 1833.

Mas há muito mais para contar a história iniciada por D. Pedro IV: há pintura, escultura, desenho e artes decorativas, assim mesmo, sem segmentar períodos ou artistas, pelo contrário, mostrando como alguns temas foram tratados por diferentes disciplinas.

Continua a ser possível apreciar a galeria dedicada ao António Soares dos Reis, assim como o “Deterrado” e, como novidades, o museu expõe, entre tantas, um busto de Luís de Camões, um caderno de viagens de Soares dos Reis ou uma pintura de Amadeo de Souza-Cardoso.

No final do percurso, está “Carnaval”, a tela do brasileiro Cândido Portinari que foi salva de um incêndio, em 1949, na Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, e é agora apresentada ao público pela primeira vez.

Mais do que uma exposição permanente, o diretor do primeiro museu público de arte em Portugal define-a como uma “exposição de longa duração”, que, apesar de revista de seis em seis meses, poderá ser visitada sempre até o Museu Soares dos Reis completar 200 anos de história, em 2033.

E sem qualquer recurso ao digital. “Queremos que as pessoas sejam confrontadas com os objetos, que tenham mesmo essa experiência de contacto intenso com a obra de arte, e que não a vejam através de ecrãs”, sublinha António Ponte.

Para o ministro da Cultura, a renovação do Museu Soares dos Reis representa “a ambição daquilo que queremos ter para os museus”. “Os museus têm um papel fundamental, com várias dimensões, e precisam de uma agilidade na gestão, de capacidade de programação, de autonomia”, sublinhou Pedro Adão e Silva.