Urbanismo

Rui Moreira dirige-se aos comerciantes do Bolhão

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Presidente da Câmara dedica hoje a sua página semanal num jornal diário para se dirigir aos comerciantes do mercado do Bolhão, a quem deixa uma palavra de confiança acerca do projeto que agora começou a ser executado mas também um alerta acerca de quem, pelo mercado, "nada fez e por isso vos tenta afligir".

O artigo surge seis dias após as obras no subsolo que possibilitarão o restauro do edifício terem começado, o que não implica, para já, a transferência de qualquer comerciante. Apenas no próximo ano será necessário transferir os comerciantes para um mercado temporário, que ficará situado no Centro Comercial La Vie, muito próximo, e onde Rui Moreira assegura que terão todas as condições. Tudo isto foi já publicamente explicado, depois de em abril de 2015 o projeto ter sido apresentado publicamente no próprio Mercado do Bolhão e de, no passado dia 27, as soluções finais e todos os pormenores terem sido detalhados numa reunião pública de Executivo.

O Porto.pt reproduz a mensagem de Rui Moreira publicada no no CM, na íntegra


«Aos comerciantes do Bolhão

Eu sei que foi difícil. Difícil sobreviver ao envelhecimento do mercado, ao desconforto, ao frio e à chuva, às pragas, ao desaparecimento da clientela tradicional, aos políticos beijoqueiros, às suas promessas nunca cumpridas, a jornalistas que se confundem com arautos da desgraça e só vos citam quando ouvem dizer mal, a outros que por credo ou interesse de família entendem tudo distorcer.

Eu sei que vocês querem o mercado renovado, e que acreditam no projecto que agora começa, tal como foi apresentado a cada um de vós, e convosco discutido em detalhe. Um futuro em que os vossos direitos serão respeitados e o vosso sacrifício de resistentes será recompensado. E ninguém melhor do que vocês sabe que mais vale tarde e bem do que nunca ou mal.

O que vos preocupa é legítimo. Como voltar a viver do comércio do mercado, sem vender recordações a turistas; como resistir enquanto duram as obras, num local que não conhecem. Quanto à primeira questão, a resposta é clara.

O Bolhão será um mercado municipal, com regras claras, dirigido à cidade. Não será um mercado destinado primordialmente aos turistas. Para eles não faltam as lojas com artesanato ou "souvenirs". Os turistas serão bem-vindos num mercado que é dos portuenses e para os portuenses. Portuenses que nunca aceitariam que ao mercado, com todo este investimento, fosse dado outro destino.

Quanto à segunda questão, sabem bem que não há um segundo Bolhão à espera, recuperado e vago, para vos acolher durante as obras. Lembram-se que vos queriam no parque da Trindade, bem longe de onde estão, e sem conforto? Lembram-se que os que agora invocam o quarteirão da Casa Forte como solução, andam há mais de um ano a tentar entravar e adiar essa obra, a clamar que é ilegal?

Sim, o La Vie é, neste momento, a melhor opção: porque não podemos esperar mais para recuperar o mercado, porque tem o Metro que vai atrair os clientes de que vocês precisam, porque é confortável e porque lá cabem todos. O município tudo fará para vos dar as melhores condições, oferecendo bancas novas e assegurando a promoção.

Nós todos, os portuenses, vamos ser vossos clientes, vamos passar a fazer lá compras, vamos mostrar que estamos convosco, porque vocês fazem parte do Bolhão. Bolhão que, no dia 1 de Agosto, começou a renascer. Para desespero de quem, por ele, nada fez e por isso vos tenta afligir.»

Rui Moreira