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Serralves acolhe exposição do artista norte-americano Dan Graham

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O Museu de Serralves inaugurou, este fim de semana, a exposição "Not Post-Modernism. Dan Graham e a Arquitetura do Século XX", do artista Dan Graham, falecido em 2022. Com curadoria de Bartomeu Mari apresenta 20 projetos arquitetónicos, expostos em três momentos numa alusão à história dos Três Porquinhos, ora expostos entre palha, ora entre cortiça e, por fim, entre tijolos.

A inauguração contou com a presença, entre outras personalidades, do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que convidou a a arquiteta britânica Amanda Levete, autora do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, a acompanhá-lo numa visita guiada ao Museu de Serralves, seguida da visita à exposição.

A acompanhar a exposição, patente até 31 de março de 2024, a Fundação de Serralves, que tem no seu jardim uma peça de Dan Graham, apresenta um catálogo que inclui ensaios inéditos de Bartomeu Mari, Momoyo Kaijima e Yoshiharu Tsukamoto, os designers da exposição.

Inclui também um conjunto de textos de Dan Graham, publicados entre 1979 e 2010, e uma "vasta seleção de imagens relativas tanto aos projetos de arquitetura como aos desenhos de Graham incluídos na mostra" que, refere a Fundação de Serralves, "tornam o livro absolutamente único".

No guia que acompanha a exposição, Bartomeu Mari explica que esta "exprime a admiração de Graham por oito arquitetos que, de uma forma ou de outra, influenciaram a sua obra": Jan Duiker, Lina Bo Bardi, Atelier Bow-Wow, Sverre Fehn, Itsuko Hasegawa, Kazuo Shinohara, Anne Tyng e Vilanova Artigas.

"A minha paixão nunca foi a arte"

Nome pioneiro da arte conceptual, Dan Graham morreu em Nova Iorque, em fevereiro de 2022, a poucas semanas de completar 80 anos. "A minha paixão nunca foi a arte. Foi sempre a arquitetura, o turismo, o 'rock and roll', e escrever sobre 'rock and roll", disse, em 2011.

Dan Graham nasceu em Urbana, Illinois, em março de 1942, e cresceu em Winfield, no Estado de Nova Jérsia. Não estudou formalmente além do liceu, mas absorveu as teorias de intelectuais como Claude Lévi-Strauss, Margaret Mead, Jean-Paul Sartre e Walter Benjamin, entre outros. A sua intenção inicial era ser escritor.

Em 1964, fundou a Galeria John Daniels, em Nova Iorque, que viria a ser palco de várias exposições do movimento minimalista.