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Soa no IPO do Porto o Sino da (Espera)nça

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Miguel Nogueira

Hoje, Dia Internacional das Crianças com Cancro, é inaugurado no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto o "Sino da '(Espera)nça'". O sino vai soar na instituição sempre que uma criança ou adolescente alcance o final do tratamento.

Em declarações à Lusa, Filomena Maia, educadora de infância no IPO do Porto há 33 anos, explica que no Sino da "(Espera)nça" foi colocada a palavra "espera" entre parênteses, "porque no fundo o que está em causa é uma espera, uma luta com espera, uma espera pela esperança de sobreviver e regressar a casa, à vida normal", descreve.

A educadora explica que o toque do sino será "uma espécie de anúncio à família hospitalar, um momento de partilha entre doentes, famílias e equipa de profissionais", e ao mesmo tempo um "incentivo" para quem ainda está em tratamento.

De acordo com o RON (Registo Oncológico Nacional) Pediátrico, em 2019 havia 211 registos de cancro, em doentes com menos de 15 anos. Em 2020 foram 252, um aumento de incidência que a diretora do serviço de pediatria do IPO do Porto, Ana Maia, acredita que pode "simplesmente representar um registo mais eficaz", mas que "não deve fazer descurar a atenção aos sintomas".

O processo de feitura decorreu numa fundição em Braga e foi acompanhado por mais de uma dezena de crianças que estão ou já terminaram o tratamento, permitindo-lhes partilhar experiências e conhecer um processo que incluiu passar a cera no molde, experimentar o barro, sentir o som do sino, as texturas dos materiais, ver a fundição do metal, entre outros aspetos.

O "Sino da '(Espera)nça'" é um projeto inspirado no "Ring the bell for cancer" – que teve origem nos Estados Unidos da América e se espalhou por hospitais pediátricos e de adultos, na Europa e na Austrália.

O projeto foi financiado com donativos angariados em iniciativas feitas em contexto de Educação para a Cidadania pelo Agrupamento de Escolas de São João da Pesqueira.