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Batalha apresenta programa especial que cruza cinema e publicidade

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De 16 de setembro a 11 de novembro, o Batalha Centro de Cinema apresenta um programa sobre publicidade e cinema, a partir do percurso do portuense Raul de Caldevilla — o fundador da Caldevilla Film e considerado o criador do filme publicitário em Portugal.

Com curadoria de Eduardo Cintra Torres, Hugo Barreira e Pedro Leitão, o programa foi desenvolvido com o apoio da Cinemateca Portuguesa — Museu do Cinema e inclui três sessões de cinema, uma exposição e uma visita guiada.

O ciclo "Publicidade e Cinema: de Caldevilla ao Cinema Novo" pretende mostrar a evolução da publicidade em Portugal desde os seus primórdios até ao Cinema Novo. Agarrou o género das curtas documentais publicitárias e inovou a sua linguagem, chegando até à inserção publicitária em filmes de ficção, de que é exemplo "O Cerco" (1970), de António da Cunha Telles, que será apresentado na sessão de abertura, juntamente com "Escalada à Torre dos Clérigos", a 16 de setembro, sábado, às 17h15.

Na sessão "De Caldevilla à Televisão", marcada para 27 de outubro, sexta-feira, às 19h15, comentada pelos curadores, é apresentada uma seleção de filmes que exemplifica os diferentes géneros da publicidade no cinema no século XX.

Publicidade e cinema de autor cruzam-se na sessão de 11 de novembro, sábado, às 17h15. Serão exibidas curtas-metragens de Fernando Lopes, José Fonseca e Costa, António de Macedo, António da Cunha Telles e Francisco Castro.

Além das sessões de cinema, até 26 de novembro, é apresentada, no Foyer 1, a exposição "Cinema de Papel: A Caldevilla Film Resgatada", que reúne jornais, revistas, relatórios, correspondência e publicidade que permitem aceder, ainda que de forma fragmentada, às ideias e aos métodos de criação de Caldevilla.

Através das memórias e testemunhos em papel, a exposição documental propõe um novo olhar sobre a história da Caldevilla Film, contextualizando e alargando a compreensão sobre a sua produção cinematográfica. Também no p´roximo sábado, 16 de setembro, às 16h00, os curadores orientam uma visita guiada à exposição, com entrada livre.

Em 1916, Raul de Caldevilla teve um sonho moderno: criar uma empresa que fosse, em simultâneo, uma agência de publicidade, uma produtora de cinema e uma litografia topo de gama. Produziu os filmes de ficção "Os Faroleiros" (1922) e "As Pupilas do Senhor Reitor" (1924), de Maurice Mariaud, e diversos filmes de publicidade e propaganda, como o célebre Escalada à Torre dos Clérigos (1917).