Economia

"Fundos comunitários são um mealheiro pousado que não chega às pessoas"

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Miguel Nogueira

O presidente da Câmara do Porto diz que vai terminar o mandato sem receber fundos do quadro comunitário, que se iniciou em 2014 e termina em 2020, e que quem perde são as populações que podiam ver projetos avançar mais rapidamente.

Rui Moreira disse ontem continuar "nada satisfeito" com a forma como o quadro comunitário para as autarquias foi lançado, afirmando que "a torneira continua a estar fechada". Questionado pelos jornalistas depois de uma visita às obras do novo Centro de Saúde da Batalha, o autarca disse mesmo que desde a entrada de Portugal na CEE que "não há memória de um mandato autárquico praticamente se acesso a fundos comunitários, como está a acontecer com este".

O presidente da Câmara do Porto, que tem apoiado a forma como atualmente a CCDRN atua, lembrou que a Câmara tem projetos feitos, candidaturas bem estruturadas e prontas a avançar e que tem os recursos próprios para poder cumprir a sua parte de investimento, mas que "a torneira continua fechada". Rui Moreira recordou as suas palavras no início de 2014, quando avisou que todo o processo estava atrasado e a ser mal gerido. "Fomos muito competentes na forma como fomos buscar fundos em 'overbooking', mas estamos preocupados, porque desconfiamos que este quadro comunitário também vá ser todo entregue na fase final".

Para o autarca, a falta de verbas põe em causa "muitos dos projetos" que a autarquia gostaria de lançar e até "tinha os recursos necessários para a componente nacional, o que faz com que a população esteja a sofrer, enquanto se estuda o que fazer aos quadros comunitários de apoio", afirmou.

Rui Moreira usou depois uma imagem: "temos um mealheiro que está ali pousado, na prateleira e Portugal não temos sido capazes de ir buscar as moedas", disse, acrescentando: "não estou nada preocupado com calendários políticos ou eleitorais, estou é preocupado com o calendário das necessidades da população".