Sociedade

Histórias da Cidade: Uma adega secreta… no Coliseu

  • Paulo Alexandre Neves

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O Coliseu do Porto, inaugurado a 19 de dezembro de 1941, já recebeu os maiores nomes nacionais, espetáculos internacionais de grande renome, centenas de filmes que emocionaram multidões. Noutros tempos, muitos deles acabaram num sítio pouco conhecido do icónico edifício: a adega.

Sim, ali já existiu, no subsolo, uma pitoresca adega regional. As gerações mais antigas lembram-se de entrar no Coliseu e de poderem frequentar, além do bar, um espaço com pipos, balcão corrido, bancos de madeira e mesas com tampo de mármore para mais facilmente se limparem as machas de vinho tinto com que se brindava mais uma noite bem passada.

Tudo remetia para o cenário do filme "A Severa", de Leitão de Barros, isto numa época em que ali se exibiam muitos e bons filmes. As memórias de boémia e cultura popular ainda se respiram nas suas paredes.

Curiosamente, no dia de inauguração, em 1941, com direito a um concerto da pianista Helena Sá e Costa, houve brindes na adega, entretanto, caída em desuso ao longo dos anos. Só em 2022 foi reativada e, com a atual direção, presidida por Miguel Guedes, recuperada para outras funções.

Ainda esta semana, a adega abriu as portas para um evento dos tempos modernos: "Luzes, Dados, Ação!", o programa D20 Coliseu. Uma iniciativa mensal pensada para acolher jogadores de RPG (Role-Playing Games/jogos de interpretação de papéis) e curiosos, para grandes sessões de convívio num ambiente medieval imersivo, que invoca o contexto de taberna digno dos mais extraordinários mundos fictícios.