Sociedade

Município aguarda reunião com Administração Interna para reforço policial

  • Porto.

  • Notícia

    Notícia

#mno_PSP.jpg

Miguel Nogueira

O Município do Porto já pediu uma reunião com o Ministério da Administração Interna para voltar a insistir na necessidade de reforço da Polícia de Segurança Pública (PSP) na cidade. Em entrevista à SIC Notícias, o presidente da Câmara sublinha a necessidade de "mais visibilidade por parte das forças policiais" para devolver o sentimento de segurança à população.

"É absolutamente imperioso", considera Rui Moreira. Apesar de ser reconhecida a importância da videovigilância que o Município vem instalando em vários pontos da cidade, cuja segunda fase se encontra à espera do parecer da Comissão Nacional de Proteção de Dados, o presidente da Câmara afirma que a população necessita de ver mais polícias na rua.

"Não há nenhuma câmara de vigilância que resolva o problema de não haver, hoje, visibilidade da polícia", acredita Rui Moreira, que, no entanto, reconhece que estes dispositivos dissuadem a criminalidade. Tendo isto em mente, o autarca informou que a reunião com a ministra Margarida Blasco servirá, por isso, para solicitar que "acione os meios para poder instalar a videovigilância em toda a zona da Pasteleira e da Marechal Gomes da Costa porque já se demonstrou que, no Centro Histórico, está a funcionar".

"As experiências que foram feitas pelo anterior ministro, nomeadamente na Pasteleira, em Lordelo do Ouro, demonstraram que a presença policial inibe a criminalidade associada ao tráfico de droga", garante o autarca. Rui Moreira diz considerar "o tráfico de droga um problema grave, mas a criminalidade associada é muito grave".

Ainda que, acrescenta, não se possa falar de criminalidade violenta associada ao tráfico, mas de "uma criminalidade que causa um enorme prejuízo à população e um sentimento de insegurança".

As pessoas já nem fazem queixa à polícia porque acham que não vale a pena".

Lembrando que, "neste momento, a PSP tem um número de efetivos na cidade equivalente ao que tinha nos anos 50", o presidente da Câmara confirma que "o que nos é relatado pelas associações de moradores é que as pessoas já nem fazem queixa à polícia porque acham que não vale a pena".

Além do reforço do número de efetivos, Rui Moreira sublinhou, também, que este deve vir acompanhado de mais meios – "foi a Câmara do Porto que teve que comprar carros para a polícia", recorda – e de uma olhar mais atento "para a questão das esquadras de proximidade", que estarão a ser reduzidas devido à falta de efetivos.

Não vamos confundir a questão da imigração com a insegurança".

A entrevista ao canal televisivo começou por abordar a questão da imigração e a necessidade de políticas nacionais para o seu acolhimento, mas o presidente da Câmara sublinhou que as matérias são distintas. "Não vamos confundir a questão da migração com a insegurança", reforçou.

Sobre esta matéria, Rui Moreira voltou a falar na necessidade de garantir os mesmos direitos a todos que vivem em Portugal. "A partir do momento em que as pessoas chegam à cidade do Porto, eu tenho que as tratar como portuenses. Essa é a nossa forma. Temos que encontrar forma de acolher as crianças imigrantes nas nossas escolas, de criar emprego para os imigrantes que cá chegam, resolver, de alguma maneira, os seus problemas", sublinhou.

Para Rui Moreira, é "absolutamente insustentável" que o país esteja a "destratar estas pessoas" em matéria de "trabalho escravo, o que nós não queremos fazer", assim como de sobrelotação de habitações. "Está a acontecer toda uma economia paralela com estas pessoas, que pagam 300 euros por quarto a alguém que não paga impostos e está a beneficiar disto. Isto vai criar as máfias", alerta o autarca.