Economia

Município quer manter viva a tradição de um comércio com história

  • Paulo Alexandre Neves

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Mais oito estabelecimentos comerciais, com valor histórico e cultural na cidade, receberam, esta quarta-feira, as respetivas placas de reconhecimento, no âmbito do programa municipal "Porto de Tradição". Em cerimónia realizada na Sala Dona Maria, nos Paços do Concelho, Rui Moreira, que estava acompanhado do vereador das Atividades Económicas, Ricardo Valente, e da vereadora do Turismo, Catarina Santos Cunha, realçou a importância da atividade comercial na cidade e a valorização dos estabelecimentos comerciais com história.

"Este programa ['Porto de Tradição'] interessa-nos, particularmente. O Porto sempre foi, e espero que continue a ser, uma cidade de mercadores e comercial. Faz parte da nossa identidade, geografia, tradições e economia", sublinhou o autarca portuense, garantindo que este tipo de lojas são também "o sal que uma cidade precisa. Sem elas, a cidade perde as caraterísticas que tem".

Por isso, para o presidente da Câmara do Porto, "é fundamental que os estabelecimentos comerciais sejam reconhecidos e que continuem de porta aberta. Os tempos são difíceis. Sabemos o que sofreram, durante a pandemia, e, agora, com a inflação".

"Se o Município puder ajudar a salvaguardar este património imaterial da cidade está concluído aquilo com que se comprometeu. Vamos continuar a acreditar que os vossos ramos de negócio têm viabilidade", acrescentou Rui Moreira.

108 estabelecimentos e entidades já distinguidas no "Porto de Tradição"

A partir de hoje, A Cafezeira Costa Cabral, Casa Moreira, Chapelaria Centro da Moda, Estúdios Rangel, padarias Formosa e Oriental, Perry Sampaio e Porto Meia podem já ostentar a placa "Porto de Tradição". Facto que deixa, naturalmente, os seus proprietários felizes, mas, ao mesmo tempo, conscientes da responsabilidade adquirida com este título.

"Há sete anos foram reconhecidos, neste âmbito, as primeiras 34 lojas. Até hoje, o Município já distinguiu 108 estabelecimentos de comércio tradicional e entidades de interesse histórico, cultural ou social", revelou o vereador das Atividades Económicas.

"Através do 'Porto de Tradição', o Município fomenta as vivências arreigadas na cidade e no seu património, promove a competitividade e a sustentabilidade dos negócios e contribui para a aquisição de competências de todos", acrescentou Ricardo Valente.

O vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo recordou que 62 estabelecimentos ou entidades foram apoiados, através do Fundo Municipal de Apoio ao Programa "Porto de Tradição". Desde 2019, o Município já investiu, neste âmbito, mais de 1,2 milhões de euros, estando, este ano, o fundo dotado, novamente, de um montante de 525 mil euros.

Motivação para continuar… a fazer história

José Baião, da Chapelaria Centro da Moda, e Cláudia Rangel, dos Estúdios Rangel, não poderiam estar mais satisfeitos com esta distinção. Afinal, fazem parte não só da tradição como da história da atividade comercial na cidade, em alguns casos detentores de estabelecimentos com mais de 100 anos de existência.

"No fundo, esta placa vem reconhecer a importância que os nossos Estúdios, já com mais de 55 anos, têm para e na cidade", afirmou Cláudia Rangel, acrescentando: "É um extra de motivação para continuarmos e uma forma de assegurar clientes novos".

Também para José Baião, "estas atribuições são um motivo para continuarmos a defender este tipo de negócios. É benéfico para cidade, para que não seja mais do mesmo". Estabelecimento com 125 anos de existência e que já vai na quarta geração à frente dos seus destinos, o atual proprietário espera que a história não fique. "A motivação para continuar já chega aos meus filhos", diz.