Sociedade

Rui Moreira agradece aos seus apoiantes dois anos após vitória eleitoral

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Miguel Nogueira

Faz hoje dois anos que se realizaram as eleições autárquicas
que elegeram Executivos camarários, Assembleias Municipais e as Assembleias de
Freguesia. No Porto, ocorreu o resultado politicamente mais relevante do país,
com uma candidatura independente a obter uma vitória histórica, relegando os
dois maiores partidos políticos (PS e PSD) para os seus piores resultados em
eleições democráticas na cidade. A lista independente liderada por Rui Moreira
ganhou a Câmara, com mais de 39% dos votos expressos, e 17% de vantagem sobre o
PS que ficou em segundo lugar.


Com este resultado, Rui Moreira elegeu seis mandatos para um
executivo de 13, ficando, por isso, à beira da maioria absoluta. Embora a
vitória não tenha sido tão expressiva, também para a Assembleia Municipal o seu
movimento elegeu mais mandatos, a que somou cinco dos sete presidentes de Junta
eleitos na cidade.


A vitória contrariou a tendência da maioria das sondagens
publicadas durante seis meses de campanha eleitoral, embora, nos últimos dias,
um estudo da Universidade Católica, publicado na RTP e Antena 1, atribuísse a
liderança já a Rui Moreira.


No seu discurso de vitória, Rui Moreira lembrou as dificuldades
acrescidas de uma candidatura independente, agradeceu aos seus apoiantes, que
ajudaram a passar a mensagem numa campanha marcada pelo alheamento das
televisões nacionais e prometeu trazer novos protagonistas para a cidade. E,
deixou um aviso: "isto, só podia ter acontecido no Porto".


Para chegar à vitória, Rui Moreira contou com uma estrutura
de campanha pequena, sem as "máquinas" das grandes forças políticas e com
muitos independentes e militantes de vários partidos a juntarem-se às suas
ideias à medida que a data das eleições se aproximava.


Num verão quente e seco, Rui Moreira percorreu as ruas do
Porto e ouviu os portuenses num trabalho quase porta a porta, que era ajudado
por uma grande atividade nas redes sociais, onde ganhou relevo a sua página de
Facebook, e por uma carrinha VW "pão-de-forma", que simbolizava a simplicidade
da sua abordagem. No seu interior, recebia os eleitores, explicava ao que vinha
mas, sobretudo, ouvia.


Sem fazer grandes promessas, lançou um lema nas últimas
semanas de campanha eleitoral: "ganhar e cumprir" e os portuenses acabaram, no
dia chuvoso de setembro, por lhe dar uma confiança inequívoca para governar a
cidade.


A sua vitória eleitoral acabaria por ser notícia
internacional, com o New York Times a atribuir-lhe destaque de primeira página,
com uma fotografia que ilustrava uma entrevista ao primeiro independente a
vencer na Europa numa grande cidade. O jornal norte-americano foi secundado por
publicações de referência mundial, como o Liberation ou o El País, que acabaria
por eleger Rui Moreira como uma das personalidades internacionais do ano.


Após a sua vitória, Rui Moreira, agora presidente da Câmara
do Porto, iniciou uma governação de proximidade, não deixando o estilo que o
caracterizou em campanha. É frequentemente visto na rua, a pé, viajando no
Metro e dialogando com os seus munícipes. Também a sua página de Facebook se
manteve ativa e é onde, muitas vezes, responde pessoalmente a quem o questiona
sobre a governação da cidade. Na semana passada, esta página conseguiu um
impacto de quase 900 mil usuários, o que constitui um recorde, obtido sem
recurso a publicidade.


Embora apenas no dia 22 de outubro se assinale os dois anos
de mandato, já que foi essa a data da tomada de posse, Rui Moreira não quis
hoje deixar de assinalar a passagem do aniversário da sua vitória, dirigindo-se
aos seus apoiantes, numa curta mas emotiva mensagem no

Facebook, acompanhada de
uma fotografia da sua mão, segurando a réplica da famosa "pão-de-forma", que o
levou aos quatro cantos da cidade em 2013. E escreveu "2 ANOS DEPOIS. No início cabíamos todos dentro desta pão de forma. Não esqueço os que lá estavam nem os que foram entrando. Felizmente, neste Porto cabem todos."


Propositadamente, Rui Moreira não quis fazer mais do que isso
neste dia, já que o país vive um período de campanha eleitoral para a
Assembleia da República. O autarca deixou, bem cedo, a garantia de que não se
envolveria em qualquer campanha, nem apoiaria ninguém, assegurando que nunca
será candidato por um partido a qualquer cargo.


Em menos de dois anos de mandato, Rui Moreira já marcou a
cidade com várias decisões, como a de avançar com a reabilitação do Mercado do
Bolhão, cujo concurso será lançado este ano; a conceção da marca "Porto.", que
hoje comemora um ano sobre o seu lançamento e recebeu os maiores prémios
mundiais de branding; o acordo que permitiu fechar diferendos históricos com o
Estado central e permitiu ao Porto receber indeminizações pelos terrenos do
aeroporto e por património do STCP; outro acordo considerado "impossível" acerca
da Porto Vivo, impulsionado a reabilitação urbana; a criação o Fundo de
Emergência Social, dotado de dois milhões de euros e que tem ajudado centenas
de famílias necessitadas; o avanço com obras de reabilitação em muitos bairros
sociais, a política de eventos da cidade, potenciando o setor turístico e a
atividade económica; as alterações ao trânsito e promoção da mobilidade, com programas como o Move Porto; a reabilitação dos jardins municipais e a melhoria da limpeza da cidade; a melhoria das condições da Polícia Municipal e um regulamento para a "movida"; a organização da Feira do Livro do Porto, que ao fim de 80
anos passou para as mãos da Câmara Municipal do Porto; a criação do Teatro
Municipal do Porto, com o renascimento do Rivoli e do Campo Alegre, integrados
numa política cultural integrada na cidade, e muito mais, numa cidade que hoje
se projeta internacionalmente, como cosmopolita, livre, aberta mas,
simultaneamente, genuína.

Rui Moreira manteve, contudo, uma marca que vinha do passado, assegurando uma gestão do orçamento responsável e com "Contas à Moda do Porto", o que lhe permitiu reduzir o endividamento em cerca de 20% em dois anos e ganhar liberdade para lançar agora grandes projetos, como o Terminal Rodoviário de Campanha, o Mercado do Bolhão e outros investimentos que terão lugar na segunda metade do mandato.


O balanço de dois anos de mandato será feito pelo autarca,
contudo, apenas quando se comemorar a passagem do segundo aniversário da sua
tomada de posse, a 22 de outubro.