Rui Moreira defende uma maior cooperação luso-espanhola

O presidente da Câmara do Porto defende um maior alinhamento estratégico entre Portugal e Espanha. Rui Moreira participou, em Lisboa, num almoço promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), sublinhando que "Espanha deve ser encarada como uma janela de oportunidade pelos empresários portugueses e não como o eterno inimigo que, alegadamente, vampiriza as empresas nacionais e quer controlar os sectores estratégicos da nossa economia".

Rui Moreira apontou o Porto como exemplo de acolhimento "dos bons ventos e os bons casamentos que vêm de Espanha, contrariando o adágio popular". "A cidade é cada vez mais procurada por turistas do outro lado da fronteira" e "está também no radar dos investidores espanhóis, que crescentemente aproveitam as oportunidades de negócio que a cidade encerra em sectores como o turismo, o imobiliário, o retalho, a distribuição ou as tecnologias digitais", disse.

Além destes setores também o ensino superior beneficia na proximidade entre os dois países - "a Universidade do Porto atrai, anualmente, centenas de estudantes de Espanha, que vêm seduzidos pela qualidade de uma instituição que está entre as 300 melhores do ensino superior do mundo", sublinhou -, sem esquecer o futebol: "até o FC Porto tem, nesta temporada, o plantel mais espanhol da I Liga de futebol".

Por tudo isto, de acordo com o presidente da Câmara, "a comunidade espanhola no Porto é hoje muito significativa e dinâmica, contribuindo para a transformação urbana em curso na cidade".

"Não faltam bons motivos para investir no Porto"

Valendo-se de dados estatísticos que revelam que Espanha é não apenas o primeiro destino das exportações nacionais, mas também o nosso principal parceiro económico, Rui Moreira reconheceu que "há margem, certamente, para um maior equilíbrio nas relações comerciais e no investimento direto entre os dois países".

Voltando a dar o exemplo do Porto e a histórica proximidade que a cidade tem, por exemplo, com a Galiza, o autarca portuense afirmou que esta "relação especial" persistiu "até aos dias de hoje e parece rejuvenescida pelo desenvolvimento do Noroeste Peninsular". Neste quadro, "o Porto afirma-se como um dos grandes polos de desenvolvimento e atratividade económica", frisou.

Infraestruturas como o Aeroporto Sá Carneiro e o Porto de Leixões, instituições como o Hospital de S. João e a Universidade do Porto, institutos científicos como o I3S e o IPATIMUP, polos culturais como o Museu de Serralves e a Casa da Música são referências de modernidade e desenvolvimento no Noroeste Peninsular.

"Não faltam, por isso, bons motivos para investir no Porto. A nossa economia local mudou muito com a entrada no novo século, passando a centralizar atividades de maior valor acrescentado", concluiu Rui Moreira.