Economia

Rui Moreira revela números centralistas de vagas para dirigentes públicos

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Rui Moreira acusou hoje o Estado de beneficiar Lisboa nos
cursos de formação generalista, de nível avançado em gestão, que dão acesso a
lugares de dirigente na função pública. Segundo o revelado na sua crónica
semanal num jornal diário, das 200 vagas abertas, 181 destinam-se a Lisboa e
apenas cinco ao Porto.


No

artigo intitulado "Lisboa 181 - Porto 5", o presidente da
Câmara do Porto usa a ironia para criticar a distribuição geográfica das vagas
que se destinam a candidatos de todo o país.


"O curso foi aberto a todos os funcionários públicos,
independentemente da sua origem geográfica, e foram constituídas turmas em
Lisboa e no Porto, como parece bem a qualquer alma que preconize a
descentralização. Mas um olhar atento aos lugares de destino destes formandos,
que se transformarão brevemente em dirigentes da função pública, revela outra
realidade.
", escreve.


Segundo Rui Moreira, em 200 vagas, o distrito de Faro
receberá um dirigente. Aveiro, Évora, Leiria e Santarém, dois cada e Coimbra e
o Porto, onde uma das turmas está a funcionar, acolherão cinco. Os restantes
181 formandos serão integrados em Lisboa. O autarca conclui que "o País
habituou-nos e habituou-se ao centralismo".


A última parte do texto é ainda mais irónica: "E,
agora, que [o país] está vacinado, uma crónica como esta parecerá à
generalidade dos comentadores do regime, apenas e tão-só, mais um laivo de
bairrismo exacerbado do populista presidente da Câmara do Porto. Com o seu
eleitoralismo bacoco, Rui Moreira, necessitando desesperadamente de votos nas
próximas autárquicas, incomoda tudo e todos com mais esta questão menor. Como
foi e continua a ser menor a questão da TAP. Como era e ainda é a dos Fundos
Comunitários. Bem sei que cada um dos Governos que tomam posse em Portugal
elege a descentralização como desígnio da legislatura. Bem sei que o fazem com
convicção. Só que, para além dos discursos, cada novo Executivo que toma posse
torna-se, no dia seguinte, em mais um servidor da máquina centralista do
Estado, rubricando leis, aprovando portarias e emitindo despachos que tornam o
País cada vez mais desigual e cada vez mais vacinado.
"