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Tesouros do Arquivo, Matinés do Cineclube e cinema português para ver no Batalha

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Durante este mês, o ciclo Tesouros do Arquivo — que inclui obras restauradas, recentemente, por importantes laboratórios, arquivos e cinematecas — apresenta dois filmes complementares que convidam à reflexão sobre as dificuldades das diásporas africanas no final dos anos 60.

Após a exibição de "Bushman", de David Schickele, na passada quinta-feira, está marcado para o dia 25, "Mandabi", de Ousmane Sembène. O filme combina humor e crítica social para explorar temas como a pobreza, colonialismo e os desafios de uma sociedade em mudança. Falada principalmente em wolof, esta foi a primeira longa-metragem de sempre realizada numa língua africana.

As Matinés do Cineclube continuam a recordar a Semana do Cinema Europeu, organizada durante a década de 90. O programa inclui "Rosetta", dos irmãos Dardenne, esta segunda-feira, e "La Haine", de Mathieu Kassovitz, no dia 26, ambos vencedores da Palma de Ouro em Cannes.

"Rosetta" — que terá sido a escolha mais rápida para qualquer atribuição do prémio — acompanha uma jovem de 18 anos na luta para encontrar um novo emprego e ultrapassar a situação em que vive: numa caravana com a mãe alcoólica, carregando o peso de traições e mortes.

"La Haine" segue três jovens, durante 24 horas, no "gueto" suburbano francês — Vinz (Vincent Cassel), judeu, Saïd (Saïd Taghmaoui), árabe, e Hubert (Hubert Koundé), um pugilista negro — que cresceram nestes subúrbios onde o racismo e a opressão das forças policiais elevaram as tensões a um ponto crítico.

Seleção Nacional revisita comédias lusitanas

Já a Seleção Nacional dá início à "Constelação #5: Vai e dá-lhes trabalho...", que se estende até julho. Inspirada numa memorável frase dirigida a João de Deus, personagem interpretada por João César Monteiro, esta constelação convida a uma revisão das "comédias lusitanas", apresentando filmes que abordam a comédia de forma paradoxal e inventiva, muitas vezes através de refinada ironia ou de um tom mais corrosivo.

Dia 15 é apresentado "O Rei das Berlengas", de Artur Semedo, e a 29 "Recordações da Casa Amarela", de João César Monteiro.