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Glóbulos vermelhos podem ajudar a prever risco de morte e enfartes do miocárdio

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Filipa Brito

Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) demostra que um parâmetro hematológico pode ajudar a prever complicações após cirurgia vascular às artérias. Investigadores daquelas duas instituições demonstraram que o RDW, um parâmetro hematológico que mede a diferença entre as células maiores e menores dos glóbulos vermelhos, pode ajudar a prever o risco de mortalidade e da ocorrência de enfarte agudo do miocárdio após a realização de uma cirurgia vascular às artérias.

Em nota enviada pela FMUP, Marina Dias Neto, uma das autoras do estudo, explica que “a utilização de parâmetros hematológicos [como é o caso do RDW] tem vido a ser investigado ao longo dos anos por se tratarem de parâmetros baratos, medidos por rotina na prática clínica e, por isso, facilmente acessíveis em todos os hospitais”.

Além da professora Marina Dias Neto, colaboraram neste estudo os médicos e investigadores Francisca Caldeira de Albuquerque, João Rocha Neves e Pedro Videira Reis.

Os resultados foram publicados no World Journal of Surgery. A equipa de investigadores adianta que por cada aumento de uma unidade na amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos, o já designado RDW, aumenta em 8% o risco de o doente sofrer um enfarte e em 10% o risco de mortalidade no período pós-operatório.

Outra das conclusões a que chegaram está relacionada com a descoberta de três fatores que interferem no prognóstico após uma cirurgia arterial eletiva, nomeadamente, a idade do paciente, o seu estado funcional e o ser ou não portador de diabetes tratada com insulina.

Segundo os autores da investigação, “o risco de morte aumenta 8% por cada ano de idade com que o paciente é submetido à cirurgia”. Por outro lado, o risco de enfarte “aumenta cerca de cinco vezes em pacientes que são dependentes de terceiros para as suas atividades de vida diária”, e no caso de doentes diabéticos que necessitam de tratamento com insulina, esse risco “aumenta cerca de quatro vezes”.