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Níveis de ruído da Queima foram reduzidos pelo terceiro ano consecutivo

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A Queima das Fitas do Porto é um dos grandes acontecimentos da cidade. Nos últimos três anos, organização, a Câmara do Porto e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto têm vindo a trabalhar, também com a autarquia de Matosinhos (já que é este o principal município afetado, na redução dos níveis de ruído no Queimódromo e com sucesso.


O programa de redução de ruído tem vindo a ser desenvolvido pela Câmara do Porto, em parceria estreita com a Federação Académica do Porto (FAP)
e com a assessoria em acústica da Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto (FEUP), que implementaram, pelo terceiro ano consecutivo, um programa
de medidas de minimização do ruído, que visam a diminuição do universo total de
famílias afectadas. As soluções não significam uma 'solução'
milagrosa de eliminação integral do ruído durante o evento, pois isso
implicaria a não realização da Queima, mas a minimização dos impactos.


O programa de controlo do ruído que vêm sendo consolidado e
ganhando progressivamente maior eficácia de há três edições a esta parte, envolveu
as seguintes medidas:


  • Contenção do ruído do palco através da definição de um
    limite para o nível sonoro contínuo equivalente junto à entrada principal do
    recinto, a retirada de torres de delay e o controlo rigoroso de horários de
    concertos e divertimentos;
  • A exigência de aplicação de limitadores de potência
    sonora, previamente calibrados e selados pelos serviços municipais, na
    tenda-discoteca, em todos os divertimentos mecânicos, espaços de restauração,
    stands de promotores ou concessionados com música amplificada;
  • A uniformização da potência sonora do sistema de som
    utilizado pelas barraquinhas limitando a 85 dB(A) o nível sonoro contínuo
    equivalente avaliado a 10m da respetiva fonte ;
  • Monitorização permanente pelo Laboratório Municipal de
    Ruído da CMP - acreditado pelo IPAC 
    -  através de plano de medição do
    ruído em vários pontos na área envolvente ao recinto, incluindo os locais mais
    sensíveis do concelho de Matosinhos, de modo a poder avaliar a eficácia das
    medidas implementadas, permitir a inter-comparação com anteriores edições e
    utilizar esta informação para alimentar os modelos previsionais de ruído
    realizados pelo NI&DEA/FEUP.


Nesta edição de 2016, o controlo das "barraquinhas", da
tenda-discoteca e dos divertimentos mecânicos foi novamente uma prioridade,
quer para o Município quer para a FAP, tendo todos os equipamentos sido
previamente certificados (com recurso a calibração e selagem), por equipas
mistas do Laboratório Municipal de Ruído da Câmara do Porto e do NI&DEA/FEUP, nas
semanas que antecederam a Queima .


 


Deste esforço
resultou, apesar da sensibilidade às condições climatéricas e em particular ao
vento, a confirmação de uma redução expressiva do ruído
provocado pelas "barraquinhas" na primeira linha de edifícios em frente ao Parque da
Cidade em Matosinhos-Sul - consequência directa da implementação das medidas de
uniformização e controlo da potência sonora das "barraquinhas".  Esta conclusão adquire maior expressão após o
concerto, altura em que a média de valores registados na primeira linha de edifícios
em Matosinhos, face ao ano anterior, conseguiu atingir em média uma redução
para metade, com aumento claro do conforto acústico em direcção ao interior do
concelho vizinho e sendo o impacte praticamente inexpressiva nas habitações do
concelho do Porto.


Houve ainda uma redução do número de pessoas sobre-expostas ao ruído em
cerca de dois terços, face aos primeiros anos, sendo que o restante terço ainda exposto
observou reduções para mais de metade da exposição ao ruído.


Estes resultados muito positivos, testemunhados por medições
acústicas, vêm recompensar o empenho e esforço do Município, da FAP e
do Projeto NI&DEA/FEUP, e representam a melhoria
contínua de medidas de minimização do ruído, sem todavia desvirtuar
a qualidade e cariz único da Queima das Fitas do Porto.